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Ritmo constante
Demanda doméstica é o motor do crescimento brasileiro e deve se manter assim

, Ritmo constante, Capital AbertoApesar de o PIB brasileiro ter crescido apenas 2,7% em 2011, a absorção doméstica (somatório de consumo das famílias, despesas do governo e investimentos) cresceu 3,4%. Mais da metade desse crescimento deveu–se ao desempenho do consumo das famílias. Em 2012, não deve ser diferente. Estimamos que o ritmo de expansão será mais intenso, e o consumo interno continuará liderando essa tendência. Enquanto isso, a absorção externa (diferença entre exportações e importações brasileiras) deverá contribuir de maneira negativa para o País, novamente em função da corrente fragilidade das principais economias internacionais.

O consumo doméstico está sendo impulsionado pelos ganhos contínuos de renda no Brasil. Segundo nossas estimativas, o aumento do rendimento do brasileiro é 30% atrelado a mudanças no salário mínimo e 70% a negociações de sindicatos. Dessa forma, se considerarmos o forte reajuste já ocorrido neste ano, de 7,5% em termos reais do salário mínimo, teremos um estímulo considerável para o consumo brasileiro. Além disso, em 2011, houve uma clara desaceleração da atividade econômica e, ainda assim, cerca de 85% dos sindicatos conseguiram um reajuste acima da inflação, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

É de se esperar, portanto, que, em um ano de aceleração econômica motivada por fortes incentivos monetários e desaceleração da taxa de inflação, o poder dos sindicatos continue alto. Em outras palavras, o Brasil novamente se beneficiará de uma expressiva ampliação da massa salarial, estimulando a demanda interna.

Outro condicionante para o consumo das famílias neste ano é o mercado de crédito. Embora nossa projeção seja de uma ligeira queda no ritmo de expansão do estoque de crédito em 2012 (para cerca de 17,5%, ante os 19% alcançados em 2011), as condições de afrouxamento monetário devem propiciar a continuidade da oferta. É verdade que a disponibilidade de crédito nos primeiros meses de 2012 está um pouco mais tímida em comparação com o fim de 2011, em decorrência do aumento da taxa de inadimplência dos consumidores, que alcançou 7,6% em janeiro. Porém, considerando–se os citados ganhos de renda, é esperada uma redução da taxa de inadimplência das pessoas físicas nos próximos meses — fator que diminuirá a cautela dos concessores de crédito.

De fato, os dados de vendas varejistas têm demonstrado esse movimento, crescendo muito mais que o PIB total em 2011: 6,6%, conforme a pesquisa mensal do comércio calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os maiores contribuintes para tal crescimento foram os números de hipermercados e supermercados, que respondem por cerca de dois pontos percentuais do incremento total. Por outro lado, a produção industrial tem sentido os efeitos da fraca demanda externa. Cresceu, segundo o IBGE, apenas 0,3% no ano passado. Essa discrepância entre comércio e indústria, mesmo que em menor proporção, deve se manter em 2012. Nessa conjuntura, setores mais relacionados à demanda interna, sobretudo os atrelados à renda, como os de bens semi e não duráveis, devem se destacar em relação aos demais.

As perspectivas macroeconômicas apontam para o sucesso das empresas de consumo listadas na Bolsa. Como o setor responde rapidamente aos movimentos econômicos, é bastante provável que essas companhias apresentem bom rendimento em 2012.


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