Na coluna anterior, analisamos dez princípios globais de governança corporativa, aplicáveis a qualquer tipo de organização. É necessário dar um pouco mais de concretude ao tema e mostrar como as empresas podem criar programas que elevem seus padrões de governança.
O primeiro passo consiste em uma reflexão estruturada das principais lideranças sobre os temas-chave subjacentes à boa governança corporativa. Essa autoavaliação possui quatro objetivos centrais:
1. aprimorar continuamente o processo decisório, para garantir que as decisões sejam tomadas no melhor interesse de longo prazo da organização;
2. reduzir a chance de surpresas negativas;
3. proporcionar elevada transparência para os públicos interno e externo;
4. promover o exercício efetivo dos direitos de todos os sócios.
Cada objetivo se desdobra em questões específicas que podem embasar uma reflexão interna. A tabela ao lado mostra questões-chave a se considerar.
A resposta a elas possibilitará o entendimento dos pontos críticos de governança enfrentados pela organização. Na sequência, devem-se analisar as centenas de recomendações de melhores práticas de governança disponíveis nos diversos documentos nacionais e internacionais de referência sobre o tema, vis-à-vis os principais pontos críticos de governança identificados pela organização.
É desse comparativo fundamental que deverá emergir a “agenda de governança” da empresa, com a definição das principais mudanças organizacionais e práticas a serem adotadas no curto, no médio e no longo prazos. O processo completo para criar uma agenda de governança adaptada à realidade de cada empresa é ilustrado na figura abaixo.
A jornada rumo a padrões mais elevados de governança integra um amplo processo de reflexão interna das lideranças. Não significa, portanto, o mero cumprimento mecânico de um conjunto de recomendações retirado dos códigos de boas práticas. É possível que, naturalmente, as recomendações não sejam aplicáveis, ou ainda não agreguem valor à organização em determinado momento.
Ao final desse processo — aplicável inclusive a entidades sem fins lucrativos —, teremos organizações de excelência em governança. São aquelas que, do ponto de vista interno, tomam decisões no melhor interesse de longo prazo da entidade e cumprem as regras; e, do ponto de vista externo, são transparentes com seus stakeholders e dão plenos direitos a todos os acionistas de forma equitativa.
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