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Próximo chairman da Usiminas pode ser escolhido por minoritários
12/2/2015

UsiminasNesta sexta-feira (13), antes da abertura do pregão, a Usiminas divulgará seus resultados de 2014. Contudo, não é a expectativa pelo balanço a principal influência sobre a cotação dos papéis da siderúrgica. O movimento começou ainda em 2014, mas intensificou-se no fim de janeiro: as ordinárias caminham ladeira acima; as preferenciais, no sentido oposto. O descolamento de preços é justificado por uma inusitada combinação de fatores que pode fazer o minoritário que atingir cerca de 5% das ONs decidir quem será o próximo presidente do conselho de administração da siderúrgica.

Até o dia 10 de fevereiro, Usiminas ON acumulava alta de 62,6%. No mesmo período, a PN despencou 23,16%. O descolamento dos preços fica ainda mais evidente quando comparado aos valores de algumas semanas atrás. No encerramento de 2014, o preço de cada ordinária correspondia ao de 2,43 preferenciais. No dia 10 de fevereiro, a relação era 100% maior, de 5,15.

A disparada no preço das ordinárias resulta da briga travada entre Ternium e Nippon Steel, as principais integrantes do bloco de controle da Usiminas. A pendenga ficou explícita em setembro passado, quando os principais diretores da companhia, incluindo o presidente Julián Eguren, foram demitidos sob a acusação de recebimento de remuneração irregular. A manobra foi orquestrada por Paulo Penido, presidente do conselho, que também passou a ser alvo de diversas acusações.

O episódio expôs a polarização entre argentinos e japoneses. O problema fica ainda maior quando se leva em conta que o acordo de acionistas que as mantêm unidas exige, para a indicação do presidente do conselho, a necessidade de as duas empresas entrarem em consenso. Como a briga não arrefeceu deste então e foi parar até no Judiciário, vislumbra-se a possibilidade de os controladores ocuparem os assentos do board a que têm direito, mas não chegarem a um acordo sobre qual dos conselheiros será o presidente.

Sem o consenso, a decisão recai sobre os acionistas ordinaristas que estão de fora do bloco de controle. O problema é que o maior deles é a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), hoje dona de 11,66% das ordinárias (e mais 20,14% das preferenciais). Por ter comprado uma fatia relevante de uma concorrente na bolsa de valores, a CSN foi impedida de exercer os direitos políticos correspondentes à sua participação acionária. Não pode votar em assembleias, alugar os papéis e sequer indicar membros ao conselho de administração.

Descontadas as ações que pertencem aos controladores e à CSN, sobram apenas 12,49% das ordinárias em circulação. Desse percentual devem ser retiradas também ações ao portador que ainda não foram canceladas. No fim das contas, calcula-se que o colégio eleitoral capaz de decidir o próximo presidente do board será de 10%. Daí a corrida pela compra de ONs.

Se o cenário se confirmar, o empresário Lírio Parisotto larga na dianteira. O investidor já é dono de cerca de 5 milhões de ONs e, ao que tudo indica, vem atuando na ponta compradora. A fatia representa cerca de metade dos votos necessários para decidir o novo presidente do board ― há a possibilidade de que o próprio empresário se indique ao cargo.

A CSN também quer participar da corrida e para isso tenta convencer o Cade, órgão antitruste que determinou o congelamento de seus direitos políticos. Atualmente, o pedido da siderúrgica está sob análise da Procuradoria Federal Especializada junto ao Cade. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a CSN não tentará reverter a suspensão de seus direitos, e sim conseguir o aval para exercê-los de forma limitada. A sócia e concorrente se comprometeria a não tomar a iniciativa de indicar um presidente para o conselho; em troca, poderia acompanhar o candidato por outro acionista. A ideia é que a escolha do próximo presidente do board seja definida por um número mais significativo de acionistas.


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