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O conselho certo
Oscar Bernardes
  • Marta Barcellos
  • novembro 1, 2013
  • Governança Corporativa, Retrato, Edição 123
  • . Oscar Bernardes, Booz Allen, Young Presidents’ Organization, Globo Rural, chocolate, música clássica, CAPITAL ABERTO, mercado de capitais, conselheiro de administração, Bunge

Oscar Bernardes, conselheiro de nove empresas no Brasil e no exterior: “Entender o bicho gente é o grande desafio”. Foto: Greg Salibian

Quando um sobrinho perguntou a Oscar Bernardes como tinha gerenciado a carreira até se tornar conselheiro disputado por grandes empresas, ele respondeu: “Ora, não planejei coisa alguma! Fui sendo convidado. Isso acontece com quem se dedica e faz bem feito, em vez de ficar olhando se a grama do vizinho é mais verde”. A ênfase é a mesma que usa nos debates mais acalorados em reuniões de conselho, ou quando flagra um número incorreto durante uma apresentação. “Chego a ser chato, porque pego o erro na hora. É prática de consultor”, completa, referindo-se aos 15 anos na Booz Allen, de onde saiu em 1994 para se tornar presidente mundial da Bunge. Depois disso, vieram os inevitáveis convites para ser conselheiro consultivo e de administração.

Quando diz que as oportunidades foram aparecendo, e alterando sua trajetória, Bernardes não exagera. Da escolha, sem grande convicção, da faculdade de engenharia química (“Achei que seria mais fácil para começar um negócio próprio”) ao comando da empresa de consultoria na América Latina, experiências mais diversas foram despertando-o para as suas habilidades. Quando ganhou uma bolsa de iniciação científica na faculdade, por exemplo, constatou que detestava o ambiente de laboratório. No primeiro emprego, numa empresa de produtos químicos, não gostou do trabalho em fábrica, mas encontrou sua vocação quando o dono lhe ofereceu o cargo de gerente de vendas e assistência técnica de outra companhia. “Aí eu adorei: era o contato com gente.”

Bernardes chegou a montar empresa própria na área química, mas voltou a ser executivo quando seu negócio foi adquirido pela multinacional Ferro Corporation. Fez, então, uma carreira internacional rara para executivos brasileiros na época, e acabou gerente-geral da divisão de componentes plásticos na sede da companhia, em Cleveland, nos Estados Unidos. Teria ficado por lá, admite, não fossem a esposa e o casal de filhos pequenos pedirem para voltar ao País, depois de cinco anos e meio. Foi quando surgiu o convite para a Booz Allen, onde adquiriu a prática que se revelaria indispensável na atual função de conselheiro.

“O ambiente de consultoria é muito estimulante intelectualmente, porque ali estão as melhores cabeças, pensando juntas e usando apenas o poder do convencimento”, afirma. Bernardes admite ter sentido um choque ao encarar, na sequência, a estrutura mais hierarquizada da Bunge, que o contratou com a missão de reposicionar o negócio. A companhia havia sido cliente dele, assim como muitas outras que depois o chamaram para integrar seus conselhos, como Alcoa, Gerdau e Localiza. E é ali, no embate de algumas reuniões, que o conselheiro revive o ambiente “intelectualmente gostoso” e o desafio de convencer pessoas.

Essa habilidade de convencimento, por sinal, ele descobriu ainda no colégio Mello e Souza, no Rio de Janeiro, onde vivia “enfiado em política estudantil”. Na universidade, no começo dos anos 1960, conseguiu garantir que sua faculdade fosse a única, entre as federais do Rio, a não aderir a uma greve geral. “O [líder estudantil e mais tarde deputado federal] Vladimir Palmeira quase me bateu”, lembra, entre risos. Em seguida, explica que deixou de se envolver em política por falta de tempo (“Fui trabalhar em São Paulo e não parei mais”) e também por influência da mulher, que começou a namorar ainda estudante. “Ela detesta política.”

Bernardes, porém, se orgulha da coerência de sua postura política, ao contrário de muitos que ele viu mudar de posição e até o chamaram de reacionário: “Sempre fui de uma linha mais conservadora, e não tenho vergonha disso. Não sou reacionário. Acredito em iniciativa privada e em capitalismo civilizado; não creio que eficiência e governo são palavras que andam juntas, nem acredito em socialismo. Se o ser humano prestasse, não fosse egoísta e ambicioso, o comunismo teria dado certo”.

As posições firmes não o impedem de buscar o caminho do entendimento. “Adoro discutir. Mas sempre chego a um consenso”, observa, dando como exemplo as reuniões do conselho da Localiza. “A discussão é ótima, porque só tem gente competente e que conhece o negócio.” Ele diz que aprendeu uma lição ainda garoto, quando viu as iniciativas empreendedoras do avô e do pai serem comprometidas pelo temperamento difícil ou pelo espírito centralizador: é importante não brigar com sócios e aprender a lidar com as pessoas. “Entender o bicho gente é o grande desafio. Considero uma lacuna na minha formação acadêmica não ter tido aulas de filosofia, matéria que só fui estudar depois, por conta própria.”

Como viaja com frequência, o conselheiro obtém lições práticas sobre o “bicho gente” não só no Brasil. Durante cinco anos, participou do conselho consultivo de uma empresa com sede em Hong Kong, a Johnson Electric, sem falar na experiência de integrar o board das americanas Delphi e, atualmente, Praxair (controladora da White Martins) e Amerys (de biotecnologia). “Conheci o controlador da Johnson Electric em um curso que faço todos os anos em Harvard. Ele me convidou e fiquei bastante impressionado com o nível da governança em Hong Kong. Aprendi muito.” Às vezes o convite vem de head hunters e ele precisa estar atento ao limite máximo de seis conselhos de administração, exigido por companhias como Localiza e Praxair. “Por incrível que pareça, dá para acomodar a agenda.”

No dia da entrevista, Bernardes estava novamente de malas prontas, desta vez rumo à França. Tratava-se, na verdade, de uma viagem típica de quem colhe, hoje, os frutos por ter “se dedicado e feito bem feito” — o caminho sugerido ao sobrinho em lugar do planejamento de carreira. “Irei para uma espécie de reunião de amigos”, conta ele, referindo-se ao grupo formado pela Young Presidents’ Organization apenas com pessoas que se tornaram CEOs antes dos 40 anos. O fórum se reúne regularmente, há 22 anos, para discutir não apenas questões de negócios como temas familiares e até existenciais. Aos 67, Bernardes revela que o envelhecimento conjunto do grupo estará em pauta, embora o assunto não lhe cause preocupação. “Já estou com a vida mais ou menos equacionada.”


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