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Home office ou trabalho presencial?
O que as empresas precisam considerar na hora de tomar essa decisão
O que as empresas precisam considerar na hora de tomar a decisão entre home office ou trabalho presencial

Home office é alternativa mais viável para funcionários, que temem aglomeração nos escritórios e perda de flexibilidade, mas líderes e diretoria se preocupam com a cultura da empresa | Imagem: Freepik

Funcionários esperam que o regime de home office adotado em função da covid-19 continue mesmo em um futuro pós-pandemia. A conclusão faz parte de um relatório desenvolvido pela Brunswick, divulgado em julho. Para elaborá-lo, a consultoria analisou uma série de estudos ao redor do mundo sobre negócios e cultura empresarial e ouviu opiniões de funcionários de 15 empresas internacionais sobre o trabalho remoto e suas maiores preocupações. Para as companhias, o principal desafio desse modelo é manter a cultura organizacional e o engajamento dos colaboradores.

O planejamento para retornar à normalidade — ou para o “novo normal” — e a criação de um ambiente seguro para os funcionários têm sido um dos principais pontos de atenção das empresas. “Em conversas com investidores e companhias, percebemos que a palavra workforce, antes tida como pouco importante por representar pouco risco de mudança abrupta, está sendo cada vez mais utilizada”, observa Tereza Kaneta, sócia da Brunswick no Brasil.

Na sua visão, o novo coronavírus colocou em foco a letra “S” da sigla ESG, principalmente no que diz respeito ao bem-estar e à qualidade de vida dos funcionários. “As companhias estão sendo obrigadas a repensar o seu relacionamento com os colaboradores e a encontrar formas de engajá-los diante das mudanças nas formas de trabalho.” 

Esse cenário também teve impacto na dinâmica dentro das empresas. “Hoje, os diretores de RH estão sendo muito mais acessados, e a área de comunicação interna viu suas demandas aumentarem.”

Escritório é elemento importante, mas funcionários preferem trabalho remoto

Os avanços tecnológicos eliminaram a necessidade de os funcionários estarem todos no mesmo local para exercerem suas funções. Mesmo assim, é difícil para as empresas renunciarem aos escritórios — e isso tem um motivo. Nick Howard, sócio da Brunswick no Reino Unido e um dos autores do relatório, explica que os escritórios são vistos como a manifestação física da companhia e de todos os seus valores e razões de existir. “A presença nos escritórios influencia a maneira como os profissionais se sentem em relação ao trabalho, fazendo com que se comprometam com os propósitos da organização.” Não à toa, as empresas temem que o home office irá enfraquecer a cultura organizacional.


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Para os funcionários, no entanto, a possibilidade do fim do trabalho remoto é vista como negativa, pois muitos consideram que são mais produtivos trabalhando de casa, conforme dados apresentados pelo relatório da Brunswick. Os colaboradores também acreditam que, com o retorno aos escritórios, eles terão menos autonomia sobre a sua rotina de trabalho e perderão qualidade de vida. Isso poderia ter como consequência um aumento dos casos de burnout.

Formato híbrido de home office e trabalho presencial pode ser solução

Diante desse cenário, as empresas têm três opções: voltar à rotina habitual no escritório, adotar o home office em tempo integral ou implementar um híbrido entre os dois. Na PwC, a escolha é por esse último formato. “Hoje, acreditamos que o modelo híbrido é o melhor para a nossa empresa. Nele, o escritório passa a ser mais um ambiente de compartilhamento do que propriamente um local de trabalho. Mas a ideia é sempre reavaliar essa escolha para ter certeza se ela ainda faz sentido.”

A Oxiteno segue pelo mesmo caminho no que diz respeito às suas áreas administrativas. Segundo Janaína Pollato, gerente de comunicação da empresa, a escolha do modelo híbrido possibilita preservar a cultura da empresa e a qualidade de vida dos colaboradores. “Com o home office, não há mais o estresse do trânsito para ir e voltar do escritório, há mais tempo para passar com a família e realizar atividades físicas, por exemplo. A alta direção percebeu que, mesmo com o trabalho remoto, tudo continuou funcionando.”

Mudança de mentalidade das lideranças é essencial para modelo escolhido dar certo

Um modelo híbrido ou totalmente remoto de trabalho, no entanto, não funciona para todos os funcionários — e isso precisa ser levado em conta pelas empresas na hora de escolher quem retorna para o escritório e quem fica em casa. Pelloti lembra que muitas pessoas não têm um ambiente adequado para fazer home office. “Pode ser que o funcionário tenha uma família grande demais para o espaço onde mora ou precise conciliar o trabalho com afazeres domésticos como cozinhar, limpar e cuidar dos filhos”, comenta. 

Perceber essas particularidades e endereçá-las é um desafio que os líderes empresariais terão que enfrentar. Caberá a eles também abandonar o chamado “presenteísmo” e pensar em outras formas de avaliar os colaboradores. “Muitos chefes dão mais valor quando os profissionais chegam à 8h ao escritório, por exemplo. Repensar essa cultura é importante. As lideranças precisam valorizar outros tipos de entrega de trabalho”, conclui Kaneta.


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