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Falta de transparência do BTG Pactual é alvo de investigação
Ilustração: Grau 180.com.

Ilustração: Grau 180.com.

Desde a prisão de André Esteves, no dia 25 de novembro, o BTG Pactual oferece parcas informações aos investidores. A contenção tem sido tamanha que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu o processo administrativo RJ2015-12514, para avaliar a forma como as divulgações são conduzidas.

A rapidez na tomada de decisões, marca registrada do banco, foi deixada de lado na comunicação com os investidores nos últimos dias. O episódio da prisão de Esteves foi a primeira ocorrência a gerar insatisfação na CVM. O banqueiro foi preso de manhã e a notícia circulou antes da abertura do pregão na BM&FBovespa — mas o fato relevante do BTG Pactual com a confirmação da detenção chegou ao mercado apenas às 16h45. E com um detalhe: a informação sobre a prisão do presidente e chairman do banco estava nas últimas linhas do comunicado. Na abertura do texto, aparecia a aprovação de um novo programa de recompra de ações — cujo objetivo era justamente frear a desvalorização dos papéis, que encostou em 40% ao longo do pregão.

Na última terça-feira, dia 2 de dezembro, pouco antes das 10 horas, o banco anunciou que Esteves não seria mais o dono da maior parte do capital votante. Por meio de uma permuta de ações, os chamados “top seven partners” (grupo que reúne os sete principais executivos do banco) teriam assumido o comando. Nenhuma informação sobre as participações envolvidas na permuta, os valores negociados ou mesmo o modo como a transferência do controle teria ocorrido (informação importante, uma vez que o controlador está preso).

A flagrante falta de detalhes levou a BM&FBovespa a suspender as units do BTG do pregão, à espera de mais explicações. A negociação só foi aberta na parte da tarde. Das 14 horas às 14h30, BBTG11 (código das units) ficou em leilão, para estabilização de preços, após o banco ter divulgado um esclarecimento do próprio fato relevante. O adendo trouxe uma nova informação: os “top seven partners” trocaram as ações preferenciais da BTG Pactual Holding que detêm por ordinárias, enquanto Esteves fez o caminho inverso. Assim, a holding continua a controlar o banco, mas o comando do BTG troca de mãos. No mesmo comunicado, a instituição informou que os sete sócios passavam a deter o controle do banco e que não haveria uma oferta pública para aquisição das ações dos demais acionistas.

“Top partners” do BTG Pactual dão show de agilidade

O futuro do BTG Pactual é incerto. Há quem aposte que um banco de investimentos com reputação abalada não pode ter vida longa; outros exaltam a agilidade e a resiliência dos executivos que tomaram as rédeas do negócio como um fator importante para a perpetuidade. O episódio trágico permitiu a demonstração de que a agressividade e a coragem características do BTG funcionam excepcionalmente bem mesmo quando André Esteves não está no comando.

Como num bom filme de ação, os “top seven partners” e os demais executivos da cúpula agiram com eficácia para buscar soluções. A primeira medida veio logo no dia da prisão de Esteves, quando o conselho de administração aprovou um programa de recompra de até 10% das units (limite de ações que as companhias abertas podem manter em tesouraria). Dias depois, o banco protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de autorização para recomprar ainda mais papéis.

Diante dos resgates dos clientes, eles viabilizaram rapidamente a venda de ativos para fazer caixa. Em 1º de dezembro, o banco levantou R$ 223 milhões com a venda de ações da BR Properties. No dia seguinte, obteve mais R$ 2,38 bilhões com a venda da participação na Rede D’Or São Luiz de hospitais. Também no dia 2, os executivos anunciaram a tomada do controle até então detido por Esteves.


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