Morreu no último sábado, 13 de abril, o idealizador do Instituto de Governança Corporativa (IBGC), Bengt Hallqvist, aos 88 anos. Um dos principais fomentadores da discussão sobre práticas de governança no Brasil, onde viveu por três décadas, Hallqvist passou os últimos anos de sua vida na Suécia, seu país natal.
Em 1995, ele fundou, em parceria com João Bosco Lodi e outros 34 entusiastas da governança, a entidade que seria batizada como IBGC. Hallqvist foi o primeiro presidente do instituto, ocupando o posto entre 1995 e 2001. Durante sua gestão, em 1999, foi lançado o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, referência no tema e atualmente em sua quinta edição. Por causa de seu trabalho para a difusão das boas práticas de gestão e governança, recebeu o prêmio ICGN Award, honraria máxima do segmento no mundo, doada por ele ao IBGC.
Ao longo de sua vida, morou em diferentes países, além de Brasil e Suécia: Alemanha, México, Argentina, Colômbia, Portugal e Inglaterra. Atuou como conselheiro em 20 países, em boards de companhias abertas e fechadas. Foi presidente de diferentes empresas ao redor do mundo. Na sueca SKF Rolamentos, começou como trainee aos 21 anos e, com o dobro dessa idade, assumiu a presidência da subsidiária mexicana. Também liderou a produtora de soldas Esab, em Portugal, e a base brasileira da alemã AEG-Telefunken.
Em 1981, Hallqvist chegou à presidência da Volvo Latin America — uma semana antes de assumir a destacada posição, numa mostra de sua personalidade, trabalhou anonimamente no “chão da fábrica”, para entender a realidade do negócio que comandaria, conforme relatou à CAPITAL ABERTO para uma reportagem sobre sua trajetória, publicada em 2009. A respeito de seu jeito particular de trabalhar, o cofundador do IBGC Leonardo Viegas rememorou ao instituto: “Numa ocasião, há uns 20 anos, o vi na fila atrás de vários office-boys na copiadora Alphagraphics. Perguntei o que ele fazia lá e ele me respondeu que vinha tirar cópias da ata da reunião do IBGC para distribuir aos conselheiros. Ele era assim mesmo, mão na massa”.
Avesso às novidades tecnológicas, como as mídias sociais — ele insistia em mandar cartas para os amigos queridos —, Hallqvist tinha como uma de suas paixões velejar, e mesmo o inverno sueco não o fazia se afastar do hobby que mantinha desde a infância. “Faleceu porque viveu, e viveu intensamente, a ponto de produzir, durante muitos anos, um relatório de suas atividades como cidadão do mundo. A criação do IBGC foi, talvez, sua mais destacada missão e a de maior empenho, amplamente compensada pela magnitude dos resultados”, comentou sobre o amigo Lélio Lauretti, outro cofundador do IBGC, em depoimento ao instituto.
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