Em comunicado ao mercado divulgado hoje pela manhã, a Usiminas trouxe a público a demissão de três de seus principais executivos. Deixaram os cargos Julián Eguren, diretor-presidente; Paolo Bassetti, diretor vice-presidente de subsidiárias; e Marcelo Chara, diretor vice-presidente industrial. A decisão foi tomada na reunião do conselho de administração realizada no dia anterior e evidenciou ânimos um tanto acirrados na siderúrgica.
Um dos conselheiros da Usiminas, indicado pelos japoneses da Nippon, denunciou os diretores por irregularidades na remuneração. Segundo uma fonte, eles estariam sendo favorecidos por benefícios que não estavam previstos no pacote de remuneração aprovado anualmente pelo conselho. Os valores, apurados por uma investigação interna, não foram considerados exorbitantes. A postura, no entanto, foi considerada inaceitável.
A questão foi levada à reunião do conselho de administração, composto por dez membros. Cinco conselheiros foram favoráveis à destituição dos executivos: três membros indicados pelos japoneses que integram o bloco, liderados pela Nippon, além dos representantes dos minoritários donos de ordinárias e de preferenciais. Os outros cinco conselheiros, com os argentinos da Ternium à frente, foram contrários à proposta. O voto de minerva coube ao chairman Paulo Penido Marques, que, alinhado aos japoneses que o indicaram, optou pela destituição.
Todos os executivos demitidos foram indicados pelos argentinos. Isso levantou no mercado a ideia de que a Nippon está, na verdade, querendo tomar o poder da companhia. A Ternium comprou a briga. Em nota enviada à imprensa, avisou estar tomando “todas as medidas legais necessárias para proteger seus direitos e todo o investimento feito na Usiminas”. A companhia, no entanto, já teria recorrido ao judiciário mineiro.
O duelo, agora, será para fazer valer o acordo de acionistas da companhia. O documento prevê que todos os integrantes do bloco votem em consenso, a partir de uma reunião previamente realizada. Como na demissão dos executivos não houve esse acerto, a Ternium quer provar que a Nippon violou o acordo. Temporariamente, a Usiminas será comandada pelo diretor Rômel Erwin de Souza.
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