No ambiente corporativo contemporâneo, as empresas de capital fechado já não podem aceitar conceitos e atitudes informais de governança, que há muito tempo as separam das companhias abertas. Enquanto muitas organizações fechadas só começam sua jornada de implementação da efetiva governança corporativa em antecipação de uma grande transação ou evento — como uma oferta inicial de ações (initial public offering, IPO), outras descobrem agora o valor de uma estrutura robusta nessa área. Cada vez mais, executivos de empresas privadas estão abraçando boas práticas, nos moldes das empresas abertas.
As empresas de capital fechado têm o desafio de fortalecer a própria governança sem comprometer a flexibilidade que muitas veem como sua principal vantagem no mercado. Enquanto a maioria das empresas abertas está submetida a regras claras e a procedimentos rigorosos para garantir desde o cumprimento das obrigações regulamentares até a avaliação de riscos, as fechadas devem ser cautelosas para não se tornarem demasiadamente burocráticas ou subordinadas a processos. Muitas delas, no entanto, encontram maneiras de reforçar suas estruturas de administração e melhorar suas perspectivas de crescimento de longo prazo sem sacrificar agilidade.
No geral, as empresas de capital fechado tendem a ter conselhos menores, com membros muitas vezes selecionados do corpo executivo — ou, no caso de organizações familiares, entre os parentes dos fundadores. Preencher o quadro do conselho com integrantes com essas características tende a reforçar o senso de missão, mas ao mesmo tempo pode torná-las incapazes de avaliar objetivamente os riscos, desenvolver estratégias eficazes ou se adaptar rapidamente às mudanças inesperadas no mercado ou na base de clientes. Por outro lado, as empresas fechadas têm menos preocupações com o atendimento a demandas do público investidor e de analistas e, como resultado, podem se concentrar mais em seu crescimento de longo prazo.
Ao adotar elementos de governança corporativa de companhias abertas, empresas fechadas podem melhorar a supervisão da diretoria, assegurar que os negócios operem de forma mais eficaz, melhorar o processo de tomada de decisões e mitigar riscos.
A pesquisa “Transparência em movimento – O atual estágio da governança corporativa no Brasil”, da Deloitte, aponta os principais desafios da governança, listados a seguir.
Um dos primeiros passos é estabelecer a composição e o tamanho do conselho. A estrutura precisa estar alinhada com a estratégia do negócio, e a composição deve incluir as habilidades e experiências necessárias para o aconselhamento no desenho da estratégia e a supervisão da sua execução.
Nas pesquisas da Deloitte, preocupações com estratégia são consistentemente identificadas como um dos temas mais importantes na agenda dos conselhos de administração das companhias abertas. Empresas fechadas podem se concentrar mais nesse ponto por não terem tantas questões regulatórias e de conformidade com que lidar.
À medida que os desafios enfrentados pelas empresas fechadas se tornam mais complexos, muitas descobrem que as estruturas de conselhos da administração adotadas pelas companhias abertas podem auxiliá-las a se posicionar melhor para o crescimento de longo prazo. Embora as necessidades das organizações fechadas variem significativamente conforme tamanho e tipo de negócio, uma estrutura de governança corporativa robusta pode ajudá-las a ir além dos conselhos isolados e fomentar novas ideias para a construção de uma base mais sólida.
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