Criados pela Instrução 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para serem, como o próprio nome diz, uma modalidade fácil de investimento, os fundos simples vêm ganhando relevância na categoria de renda fixa. Relatório divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em junho mostra que o patrimônio líquido dessa modalidade de investimento soma atualmente R$ 6,8 bilhões, volume 98% maior que o registrado em outubro de 2015, quando a entidade começou a compilar esse dado.
De acordo com a norma da CVM que criou o produto, o fundo simples deve alocar, no mínimo, 95% de seu patrimônio em títulos da dívida pública federal. Os outros 5% podem ser direcionados à compra de papéis privados com classificação de risco equivalente à de títulos públicos — um detalhe importante é que essa classificação deve ser feita pelo próprio gestor do fundo.
Alexei Bonamin, sócio na área de mercado de capitais do escritório TozziniFreire Advogados, afirma que essa exigência é um dos principais pontos negativos do fundo, pois acaba gerando uma responsabilidade indesejada para o gestor. “Essa obrigação poderia ser eliminada ou flexibilizada, com a permissão de o gestor contratar uma firma externa para fazer essa classificação”, avalia.
Head de produtos da BNP Paribas Asset Management, Luiz Felipe Santos prefere ver a exigência como uma oportunidade, embora hoje o fundo simples da gestora ainda não adquira papéis privados (64,67% do patrimônio está alocado em títulos federais e 35,33% em operações compromissadas). Na visão de Santos, ao inserir papéis de empresas na carteira do fundo simples, os gestores mostram confiar nas próprias percepções de mercado e abrem espaço para que o trabalho de suas equipes de análise de crédito se destaque.
Nos últimos 12 meses, os 34 fundos simples catalogados pela Anbima tiveram rentabilidade média de 13,49%. Do total, 11 ainda cobram taxa de administração anual superior a 1%, apesar de contarem com alguns benefícios: não é necessária verificação da adequação do investimento ao perfil do cliente, assinatura de termo de adesão e o envio de documentos pelo correio. “As taxas têm que cair. Caso contrário, não vai existir um atrativo para as pessoas migrarem da poupança para o fundo simples”, observa Bonamin.
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