Negócios disruptivos despertam atenção de gestores de recursos
Ilustração: Rodrigo Auada

Ilustração: Rodrigo Auada

Há menos de duas semanas, o polêmico aplicativo de transporte compartilhado Uber alçou, literalmente, novos voos no Brasil. Passou a oferecer, em caráter experimental, viagens de helicóptero ligando hotéis de São Paulo a cinco helipontos da cidade e a quatro aeroportos da região metropolitana e de Campinas (Guarulhos, Congonhas, Campo de Marte e Viracopos). Assim que a novidade foi lançada, era possível encontrar um assento no UberCOPTER por R$ 66. Assim como no caso da frota de carros disponível pelo aplicativo, nenhum dos helicópteros a serviço do Uber pertence de fato à empresa — para oferecer o serviço, fez uma parceria com a Airbus.

Estima-se que o valor de mercado do Uber seja hoje de US$ 62,5 bilhões. E esse número deve continuar a crescer, graças aos aportes de recursos que a empresa vem recebendo. O mais recente foi feito por um fundo da Arábia Saudita, que embarcou na empresa com exorbitantes US$ 3,5 bilhões. Com tantas cifras ao seu redor, não à toa o Uber virou um emblema mundial dos chamados negócios disruptivos, dos quais também fazem parte empresas celebradas como AirBnB, de aluguel de imóveis para temporada, e Whatsapp, de mensagens instantâneas de texto e voz. São nomes que têm sacudido pelos ombros as empresas da economia tradicional, obrigadas a repensar seus modelos de negócio se quiserem continuar existindo, e também despertado a atenção dos investidores.

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“É obrigação do gestor de recursos entender se as companhias investidas estão negligenciando as ameaças dos negócios disruptivos ou acompanhando suas tendências”, ressalta Fabio Alperowitch, sócio Fama Investimentos. Ele dá o exemplo da CVC Brasil, que faz parte do portfólio da gestora. Em 2015, a empresa — que tinha como modelo de negócio a venda de pacotes turísticos em lojas físicas — comprou, por R$ 80 milhões, a B2W Viagens, dona do website de vendas de passagens e reservas Submarino Viagens. “Esse tipo de movimento mostra que existem companhias dispostas a se defender em vez de esperar que a fórmula antiga de fazer negócios continue dando certo”, observa Alperowitch. “A certeza de que o vencedor do passado vai continuar se dando bem é cada vez mais questionável”, sentencia Fernando Exel, presidente da Economatica e patrocinador do primeiro encontro do Grupo de Discussão Gestão de Recursos, realizado pela CAPITAL ABERTO em 7 de junho.

Essa postura é importante, dado o novo perfil dos clientes. “O desafio para os agentes atuais é lidar com o empoderamento do consumidor”, afirma Rodolfo Eschenbach, líder na América Latina de práticas digitais da Accenture, empresa com foco em inovação e que investe em negócios disruptivos. O movimento é tão forte que até mesmo os bancos têm tentado encontrar formas de acompanhar essa tendência. “Mas a verdade é que é muito difícil um banco conseguir pensar com o jeito de uma fintech”, observa Sandro Heiss, fundador e CEO da Geru, plataforma de empréstimos on-line (peer-to-peer lending).

O cenário desafia os gestores a sair da zona de conforto e a entender melhor os termos da disrupção e os impactos em seus investimentos. “Quando precisamos nos debruçar sobre algum tema relacionado à tecnologia blockchain ou bitcoin, por exemplo, nós sempre buscamos inteligência de fora”, diz Pedro Damasceno, sócio da Dynamo. E essa é uma preocupação que não move apenas as gestoras de recursos fundamentalistas. “Os gestores quantitativos também têm investido muito em pesquisa nos últimos anos. A mudança na forma de gestão foi impressionante”, observa Pedro Barbosa, da STK Capital.

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