As empresas ligadas às negociações de alta frequência (HFT, na sigla em inglês) estão investindo pesado em lobby e financiamento de campanhas políticas nos Estados Unidos. Entre 2008 e 2012, os recursos destinados a esse fim aumentaram oito vezes, segundo um estudo feito pela organização Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW). O movimento reflete a preocupação dessas firmas em aumentar sua influência política, diante das críticas dos reguladores às negociações em milissegundos.

A CREW analisou, ao todo, 48 empresas de HFT. Entre elas está a Knight Capital, que em 2012 gerou flutuações anômalas no preço de 148 ativos negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), devido a um erro de seu programa de negociação ultraveloz. O estudo da associação revela que, em 2008, essas firmas gastaram US$ 2,1 milhões com doações no período eleitoral dos Estados Unidos. Em 2012, o valor ultrapassou os US$ 16 milhões. As despesas com lobby no Congresso, por sua vez, somaram US$ 10 milhões nos últimos quatro anos. O montante cresceu principalmente entre 2009 e 2010, época em que o congresso debatia a Lei Dodd-Frank, a mais abrangente revisão da regulamentação financeira americana desde a década de 1930.

Apesar de não analisar o impacto das doações, o estudo ressalta que alguns dos políticos que receberam contribuições clamaram por “cautela” na hora de regular as operações de alta frequência. A Securities and Exchange Commission (SEC), contudo, não tem sido clemente. No início deste ano, publicou várias regras exigindo que as empresas de HFT invistam mais em prevenção de riscos.