Elas se deram bem
Gestoras que apostaram em ativos no exterior são recompensadas com bons retornos em 2012

, Elas se deram bem, Capital AbertoA tendência de investir no exterior desenhou-se mais fortemente no segundo semestre do ano passado, quando boa parte dos gestores de fundos parece ter se convencido de que o Banco Central não iria alterar a trajetória de queda dos juros. Em 2012, ela se provou um caminho acertado. Segundo a Economática, existem atualmente 237 fundos de ações multimercados com ativos fora do Brasil, totalizando um investimento além-fronteiras de R$ 10,4 bilhões, cinco vezes superior ao de 2009. A maioria dessas aplicações, aponta a Economática, ocorreu nos últimos 18 meses, em razão de dois fatores: recuperação da economia, nos Estados Unidos; e queda da Selic, no Brasil. No ano, até 30 de setembro, a rentabilidade média desses fundos era de 12,7%, ante 4,7% do Ibovespa.

A busca por ativos fora do País está levando os fundos a aplicar recursos até em companhias europeias, combalidas pela recessão que assola os países do Velho Continente. “Muitas companhias europeias, em particular na Alemanha e no norte da Itália, continuam altamente lucrativas, apesar da crise que se espalha em seus países de origem”, afirma Antonio Godoi, professor de economia da FEA-USP.

Na Itaú Asset Management, o investimento no exterior se dá por meio de um fundo multimercado que aplica até 20% do portfólio em small caps norte-americanas. No ano, até setembro, o fundo acumula rentabilidade de 27,88%. “Deveremos ter maior exposição não só aos ativos negociados na Bovespa, mas, também, a ações vendidas, por exemplo, em bolsas americanas”, prevê Paulo Corchaki, diretor responsável pela asset. De fato, o investimento em ativos nos Estados Unidos tem ganhado apelo. Para efeito de comparação, no mesmo período em que o Ibovespa subiu apenas 4,7%, o índice S&P 500, que agrega os papéis mais líquidos do mercado de capitais norte-americano, valorizou-se 14,56%, e o Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, subiu 22,89%.

Os recentes movimentos do governo federal pressionando para baixo o preço da energia elétrica e dos juros bancários, afetando gravemente os rendimentos das empresas desses dois setores, também contribuem para aumentar a simpatia dos gestores de fundos por ativos estrangeiros. “O investidor gosta de previsibilidade, e há temores de que, após mexer nos juros e no preço da energia, o governo afete o desempenho de outros setores, como o imobiliário, com novas políticas intervencionistas”, diz Godoi, da USP.

Diante disso, as companhias com atuação global não sensíveis à variação de commodities são opções bem avaliadas pelos brasileiros, ressalta o gestor do fundo de investimento Teorema, Guilherme Affonso Ferreira. Ele considera que os ativos dessas empresas costumam reduzir o risco da carteira, uma vez que a atuação transnacional mitiga eventuais impactos negativos que o tropeço da economia de um ou outro país possa causar. O fundo Teorema, criado em 2007, mantém papéis de companhias como Citibank e Intel, corporações com tentáculos espalhados pelos cinco continentes. A rentabilidade do fundo no ano, até o fim de setembro, é de 13,44%. “Estamos muito otimistas com a valorização da Intel, por exemplo, uma corporação inovadora que controla mais de 90% da produção de chips no mundo, um segmento que não para de crescer”, afirma Ferreira.

A conjunção de baixa Selic, maior intervenção governamental em setores regulados e melhor rentabilidade em companhias americanas ou europeias soma-se à ainda pequena exposição dos fundos brasileiros aos ativos estrangeiros. De acordo com relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), apesar do boom de aplicações fora do País ocorrido em 2012, menos de 1% do total de fundos da indústria aplica em ativos estrangeiros, o que totaliza cerca de R$ 17 bilhões.

Na visão de Luciana Pazos, diretora da Mirae Asset, o crescimento do número de investidores milionários no Brasil pressionará os fundos a ampliarem suas opções de aplicações no exterior. Atualmente, a Mirae distribui o fundo BTG Pactual Hedge Plus, que mantém 12,8% da carteira em ativos fora do Brasil. No primeiro semestre de 2012, o veículo alcançou rentabilidade de 10,41%.


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