A edição de maio da revista Responsible Investor destaca as mudanças de postura de grandes fundos de pensão estatais asiáticos. De acordo com a publicação, os fundos de pensão estatais da China, Coréia do Sul e Tailândia estão começando a pressionar mais suas empresas investidas por melhores resultados, inclusive por meio do seu direito a voto em assembléias, algo incomum no passado. Além disso, esses fundos têm aprimorado suas próprias práticas de governança, aumentando a prestação de contas para os pensionistas, seu nível de autonomia em relação a ingerências políticas e a transparência do processo decisório.

Muitos fundos de grande porte, como o Korea’s National Pension Corporation (NPC Korea), da Coréia do Sul, o National Social Security Fund da China e o Thailand’s Government Pension Fund (GPF) da Tailândia, vêm desenvolvendo diretrizes internas de governança corporativa e políticas para votos nas assembléias. O fundo tailandês GPF é citado como bom exemplo, ao ter elaborado recentemente um sistema de rating de governança corporativa inspirado nos princípios da OCDE, a ser aplicado nas suas empresas investidas do país.

Alguns fundos de pensão estatais, como o NPC Korea, foram criticados no passado por utilizarem seu poder de voto para apoiar os gestores de companhias locais contra tentativas de aquisições estrangeiras ou contra mudanças proposta por investidores ativistas, em vez de perseguirem a criação de valor para seus acionistas.

Outra mudança importante diz respeito à carteira de investimento desses fundos de pensão. Até recentemente, muitos países restringiam a possibilidade de os fundos investirem em ativos no exterior, impedindo uma adequada diversificação de suas carteiras. Isto, no entanto, está mudando rapidamente. Como exemplo, o fundo GPF da Tailândia, que começou a investir no exterior em 2005, recentemente anunciou que pretende alocar 25% de seus recursos em ativos internacionais.