Durante a crise, a Financial Services Authority (FSA) foi criticada por privilegiar aspectos de supervisão em detrimento da abordagem prudencial. Em outras palavras, preferiu remediar a prevenir. Mas, em 2010, a reguladora do mercado de capitais britânico quer virar esse jogo. No lançamento de seu plano estratégico, colocou a atuação prudencial como uma de suas prioridades.

As mudanças começarão pela ampliação do escopo de atuação da agência. Um dos itens da nova lei que está prestes a ser votada no Parlamento inglês — o Financial Services Bill — estabelece formalmente a estabilidade financeira como um dos objetivos estatutários da FSA.

Para fortalecer sua atuação na prevenção de riscos sistêmicos, o regulador quer ampliar seus poderes de investigação e integração com o Tesouro e o Bank of England. O objetivo é mitigar riscos que possam abalar a economia do país. O aumento de atribuições se reflete no orçamento. Para este ano, a FSA demandará recursos 16,5% maiores que em 2009, passando de £393,3 milhões para £458 milhões.

A agência também pretende iniciar um trabalho de orientação direcionado aos profissionais da área de gestão de riscos de bancos, apontados como um dos deflagradores da crise. Além do lançamento de um guia, planejado para o segundo trimestre, o regulador quer realizar seminários sobre o tema.