Dentre as informações apuradas para este anuário, chama a atenção o número de companhias que não possuem auditoria interna. Das cem empresas analisadas, 78,8% têm um departamento que monitore e avalie a adequação do ambiente de controles internos e o cumprimento dos procedimentos estabelecidos pela gestão.
“É temerário saber que um quinto das companhias mais líquidas não lida com seus controles internos de forma sistematizada”, analisa Ricardo Leal, professor do curso de pós-graduação em administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead – UFRJ). Mas essa não é uma deficiência só no Brasil. No Reino Unido, por exemplo, no universo do índice FTSE 250 — que reúne as 250 maiores empresas em capitalização de mercado que se seguem às do FTSE 100 —, 15,7% não tinham, no fim de 2009, um departamento de auditoria interna.
É também grande o número de empresas cujas auditorias internas não se reportam ao comitê de auditoria ou ao conselho de administração — uma prática recomendada para evitar conflitos de interesses. Somente 64,9% das companhias atenderam a esse quesito. “Ao não se reportar ao board, a auditoria interna acaba ficando dependente da diretoria”, diz Jaime Cervatti, sócio de auditoria da KPMG.
O Formulário de Referência, instituído pela Instrução 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também deu mais transparência aos serviços de auditoria. Agora, os investidores conseguem saber a remuneração total paga aos auditores independentes no último exercício social. A informação deve discriminar os honorários relativos a serviços de auditoria e os referentes a quaisquer outros serviços prestados.
Em média, do montante total pago às auditorias, as empresas avaliadas neste anuário destinaram 29% para a remuneração de serviços não relacionados à atividade principal. Esse valor é menor do que o que se pratica em centros mais estruturados. No Reino Unido, as 350 maiores empresas destinaram uma fatia de 70,1% em 2009. No ano anterior, os gastos com outros serviços que não os de auditoria independente atingiram 89,5% do total de honorários, segundo estudo realizado pela Grant Thornton. “O percentual mais baixo reflete o ambiente regulatório exigente que temos no País”, afirma Henrique Luz, sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC).
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