As instituições financeiras pediram e o Financial Accounting Standards Board (Fasb) atendeu. O órgão responsável pela emissão das normas contábeis nos Estados Unidos pronunciou-se sobre a aplicabilidade das regras 115 e 157, que tratam da marcação a mercado de ativos financeiros.
A novidade, que estava em audiência pública até 1º de abril, propõe que a partir do primeiro trimestre deste ano as companhias mantenham fora do resultado líquido as perdas registradas por ativos não disponíveis para negociação, mesmo que a depreciação desses seja considerada irreversível. Até então, os ativos classificados como disponíveis para negociação eram contabilizados pelo seu valor de mercado. Nas situações em que a companhia tinha certeza de que o ativo seria mantido, poderia classificá-lo como não disponível para negociação e contabilizá-lo pelo valor de custo atualizado — exceto se o ativo sofresse desvalorização tamanha que não fosse considerada temporária. E é justamente esse tipo de perda, não temporária, que poderá ficar fora dos resultados. Diante da crise, os preços de diversos ativos mudaram da água para o vinho e muitos mercados passaram a não refletir, segundo especialistas, o seu valor justo.
As reações à posição do Fasb, no entanto, não foram das mais favoráveis. O ponto essencial é a redução de transparência. Ao permitir que as empresas não assumam determinadas perdas, teme-se pela confiabilidade dos balanços. Há quem pondere que, caso as novas orientações do Fasb já vigorassem em 2008, empresas que se tornaram símbolo da eclosão da crise, como a Fannie Mae e a seguradora AIG, não teriam exposto sua real situação financeira. Outra acusação é de que o Fasb teria cedido às pressões dos banqueiros e dos parlamentares que defendem seus interesses no congresso norte-americano.
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