Atualmente, a maioria das empresas lança mão de consultorias de Recursos Humanos (RH) para definição do pacote de remuneração dos seus executivos. Entretanto, pouco se tem questionado sobre a independência de tais consultores, principalmente quando os executivos que terão seus salários estabelecidos com base nos dados da consultoria são os mesmos que podem recontratá-los nos próximos exercícios ou mesmo aprovar a contratação de serviços correlatos.

No sentido de suprir essa lacuna, os pesquisadores norte-americanos Kevin J. Murphy e Tatiana Sandino divulgaram a pesquisa Executive Pay and “Independent” Compensation Consultants, na qual descrevem o status atual dessa indústria e analisam as possíveis relações entre o nível de independência dos consultores e a remuneração dos executivos em 938 grandes companhias norte-americanas.

O estudo obteve dois resultados principais: a) observaram-se evidências concretas de que o nível de remuneração dos executivos e conselheiros é maior (cerca de 20% superior) nas empresas que utilizam consultorias especializadas em RH do que nas que não utilizam. Adicionalmente, notou-se um nível ainda maior de remuneração nas empresas que contratam mais de uma consultoria de RH, o que sugere que os administradores adotam os maiores valores entre diferentes análises; b) o estudo, entretanto, não encontrou evidências de que o nível de remuneração seja resultado de conflitos de interesse, pois a remuneração dos CEOs era maior nas empresas em que as consultorias reportavam-se exclusivamente ao comitê de compensação do conselho do que naquelas em que as consultorias reportavam-se diretamente aos executivos; c) não se verificou um aumento da remuneração dos CEO quando as consultorias de RH passaram a prestar outros serviços para as empresas.

Conteúdo extra

Estudo verifica se relacionamento entre consultorias de RH e executivos influi na remuneração.