A Securities and Exchange Commission (SEC) colocou em audiência pública ideias para melhorar a transparência das dark pools. O regulador propõe a divulgação, em tempo real, do volume negociado pelas piscinas escuras e do melhor preço disponível. Atualmente, se uma dark pool detiver 5% ou mais do volume de negociação de um papel, é obrigada a divulgar ao público o melhor preço. Na proposta da SEC, apresentada dia 21 de outubro, o percentual cai para 0,25%.

Dark pools são plataformas eletrônicas de negociação, comumente detidas por grandes bancos e corretoras, que têm como objetivo casar ordens de compra e venda anonimamente, sem passar pelo ambiente de bolsa. Com tudo ocorrendo às escuras, as duas partes conseguem negociar grandes blocos de ações, a preços melhores do que conseguiriam no pregão, e sem afetar a cotação dos papéis.

Se o projeto da SEC não for aprovado, a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) já terá tornado o ambiente das dark pools mais claro para os investidores. A partir deste mês de novembro, os volumes de ações negociadas nessas plataformas passarão a ser divulgados no site da Nyse. Barclays, Getco, Goldman Sachs, Knight Equity Markets e UBS, todos fornecedores do serviço de dark pools, serão os primeiros a abrir os números de suas piscinas escuras no novo sistema.

As iniciativas da Nyse e da SEC buscam remediar uma das principais críticas feitas às dark pools: sua falta de transparência. Tais ambientes acabam criando um mercado privilegiado, geralmente formado por investidores qualificados, que obtêm preços melhores, em detrimento do restante dos investidores, privados de informação pública sobre os preços e a liquidez das ações.