Fundir informações sociambientais às econômicas em um único documento é uma tendência global que vem sendo, aos poucos, assimilada por companhias brasileiras. Mas agora esse movimento conta com um time responsável por organizá-lo no País: desde julho, está em funcionamento um comitê criado especialmente para discutir a adoção do chamado “relatório integrado”. Após a última reunião, em outubro, o grupo volta a se encontrar no início de dezembro, na sede da federação dos bancos, a Febraban, em São Paulo.
As 21 instituições presentes — dentre elas, Ernst & Young Terco, Brain, PwC Brasil e BM&FBovespa — se prontificaram a pesquisar sobre o relatório e estudar maneiras de produzi-lo. Durante a reunião, foi apresentado o programa piloto do Comitê Internacional de Reporting Integrado (IIRC, em inglês), chamado de Yearbook 2012, que sugere a padronização dos relatórios integrados de empresas pelo mundo. Dos 78 participantes do projeto, quatro são brasileiros: BNDES, AES Brasil, Via Gutemberg e Natura.
Interessado em ramificar esse conhecimento no mercado brasileiro, o BNDES estimula empresas dos mais variados setores a participarem da discussão. “A adoção do relatório visa a promover a transparência, e essa é uma das missões que o banco considera como suas”, afirma Vânia Maria Borgerth, assessora da presidência do BNDES.
A Natura está fazendo a adaptação de seu anuário aos moldes do relatório integrado, relata Rodolfo Gutilla, diretor de assuntos corporativos e de relações governamentais da companhia. “Nossos anuários já buscavam as relações entre iniciativas socioambientais e financeiras. Agora, o trabalho terá de evoluir, traduzindo os conceitos de forma conjunta”, diz. O bom desempenho da companhia brasileira na comunicação com stakeholders rendeu elogios de Robert Monks, especialista em governança corporativa que foi uma das atrações do congresso anual do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) este ano. “A fabricante de cosméticos brasileira inclui em suas demonstrações financeiras os custos com emissão de gases, mesmo não tendo obrigações formais desse tipo atualmente”, declarou Monks, durante o evento.
Para Sérgio Serapião, presidente da consultoria Via Gutemberg, a adoção do relatório integrado pelas empresas brasileiras é um processo irreversível. “Esse movimento vem acontecendo no mundo inteiro. O desafio é mensurar o capital natural, humano e social nos negócios corporativos e como cada investimento se reverte para a sociedade”, diz.
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