A fabricante de rodas e chassis Iochpe-Maxion foi a escolhida dos gestores da Cartica para o primeiro investimento da gestora no Brasil. Fundada em 2008 por ex-executivos do International Finance Corporation (IFC), a Cartica é uma asset management que foca seus investimentos em governança e em mercados emergentes. Em leilão na BM&FBovespa realizado dia 26 de março, a gestora atingiu 3,5% de participação na Iochpe-Maxion, adquirindo ações que eram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), controlador da companhia junto com a família Ioschpe. A empresa está listada no Novo Mercado — portanto, possui apenas ações ordinárias.

Mike Lubrano, um dos sócios da Cartica, conheceu a companhia no congresso anual do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) de 2008, quando assistiu a uma apresentação do CEO Dan Ioschpe. “Fiquei muito bem impressionado com a franqueza dele e com o trabalho de profissionalização do negócio”, conta. Ele também se entusiasmou com o potencial da Iochpe de fazer lucros com os investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos no Brasil.

O plano de negócios da Cartica é comprar participações relevantes (entre 20% e 25%) em companhias com potencial de se valorizar a partir de melhorias em suas práticas corporativas. A Iochpe é, nesse sentido, uma exceção. “Trata-se de uma empresa grande para atingirmos tal participação”, justifica Lubrano. “Mas podemos agregar valor a partir de um diálogo aberto com a administração.” O fundo tem hoje US$ 220 milhões sob gestão, sendo US$ 200 milhões do CalPERS, o gigantesco fundo de pensão de professores da Califórnia. “O Brasil é um dos nossos mercados favoritos”, diz Lubrano. A Iochpe é o terceiro investimento da Cartica, que apostou também na exploradora de óleo e gás
GeoPark e em uma empresa cujo nome não foi revelado. As duas também são latino-americanas.