Duas boas novas a caminho

Março foi um verdadeiro balde de água fria para quem contava com o 2004 que se pintava no final do ano passado. O enrosco no Planalto instalado pela crise política já dura mais tempo que o esperado e seus efeitos desanimam as projeções para o crescimento da economia. Pensar em um PIB 3,5% maior para este ano já virou ousadia de economistas arrojados e a falta de um ambiente regulatório favorável à retomada dos investimentos começa a inibir projetos até então previstos para serem desengavetados este ano.

Enquanto as pressões políticas ameaçam a condução da política econômica e atropelam a agenda do governo, questões microeconômicas relevantes para a retomada do crescimento continuam a formar uma extensa lista de prioridades cada vez menos propensas a serem sanadas no tempo certo. Aí se incluem uma série de medidas reivindicadas pelo mercado de capitais para eliminar obstáculos que limitam suas possibilidades de desenvolvimento, entre elas a adequação da carga tributária para investimentos em renda fixa e variável, o uso do FGTS para aplicações em ações e o maior envolvimento do BNDES nas iniciativas que visam ampliar a liquidez do mercado.

Mesmo com um horizonte não muito convidativo por enquanto, algumas boas notícias melhoraram o ânimo dos investidores. As duas novas emissões de ações a caminho, de ALL Logística e Natura, revelam que há boas chances de este ser mesmo o ano da retomada, ainda que um tanto tímida, das aberturas de capital. Outra boa notícia é que ambas serão listadas no Novo Mercado da Bovespa, emitindo apenas ações ordinárias e concedendo o mesmo tratamento a todos os acionistas.

Sinal este que pode ser dos novos tempos, passados depois de muita briga societária em que investidores minoritários se viram reféns das fragilidades impostas pela existência de ações sem direito a voto. Muitos deles preferem hoje garantir para si os mesmos direitos dos acionistas controladores a obter alguma vantagem econômica no pagamento de dividendos. Estes últimos, a propósito, foram mais uma surpresa positiva neste início de ano. Como mostram as reportagens das páginas 8 e 18, diversas companhias vêm modificando suas políticas de distribuição de lucros para melhorar o relacionamento com o mercado e até para se tornarem mais interessantes aos olhos dos investidores pessoas físicas.

Na matéria de capa desta edição, o leitor poderá explorar um tema que, em breve, estará na pauta das companhias que quiserem captar recursos no mercado europeu, tanto nas emissões de dívida como de ações. As normas internacionais de contabilidade, identificadas pela sigla IFRS (e não mais IAS), entram em vigor a partir de 2005 e serão válidas para toda a Comunidade Européia. Exceções ainda estão sendo estudadas para os emissores estrangeiros e, por enquanto, Estados Unidos e Europa tentam chegar a um padrão contábil comum, aceito nas duas regiões. Se conseguirem um acordo, empresas que já divulgam suas informações pelas normas norte-americanas terão apenas que cuidar das adaptações. Quanto às demais, não parece haver escapatória. O IFRS será obrigatório, no mínimo, para as futuras emissões. Vale conferir!


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