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Cruzando fronteiras
Aporte de recursos da Jardim Botânico Investimentos dá fôlego ao plano de expansão internacional da MZ Consult

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Era o fim de 2009 quando a gestora de recursos Jardim Botânico Investimentos decidiu, por meio de uma emissão primária de ações, comprar 32% do capital social da MZ Consult Participações, numa operação avaliada em R$ 15 milhões. A transação promete fazer decolar, aqui e no exterior, os negócios peculiares da jovem MZ. Diferentemente de uma empresa que opera com máquinas, matérias-primas e pesadas linhas de produção, a MZ vende “inteligência” de serviços na área de relações com investidores (RI). Na prática, faz o meio de campo estruturando e operando a área de RI de uma empresa que vai abrir ou já abriu o seu capital na bolsa.

A estratégia da Jardim Botânico — que adquiriu a participação por meio de seu fundo de private equity JBVC I, com capital de R$ 100 milhões — é fermentar a MZ e expandir suas operações no mercado internacional. De preferência nos pujantes países emergentes, a exemplo da China, em especial, e da Índia. No Brasil, a MZ já tem a liderança do mercado. Das dezenas de empresas que abriram o capital no País desde 2005, pelo menos 80% são seus clientes ou contrataram os serviços da consultoria.

Não é à toa que a MZ tem tanto interesse em fincar bandeira nos mercados emergentes.
Eles foram responsáveis por metade dos 20 maiores IPOs no terceiro trimestre deste ano, segundo dados da Ernst&Young. Todos esses negócios aconteceram na Ásia: China (oito), Indonésia (um) e Índia (um). Apenas a China concentrou, no terceiro trimestre deste ano, 76% do volume de recursos captados no mundo (US$ 40,1 bilhões em 110 negócios, um aumento de 147% em relação à soma total do segundo trimestre). E a MZ já pôs um pé no país asiático. Em maio, anunciou a fusão com a Corporate Asia Network (CAN), especializada em soluções tecnológicas de relações com investidores. Da união, criou a MZCAN para atuar no mercado asiático.

Segundo Tereza Kaneta, sócia e CFO da MZ Consult, todos os acionistas e executivos da antiga CAN permanecerão na MZCAN, com sua companhia holding baseada em Hong Kong e seus escritórios em Taipei e Beijing. A MZ tornou-se acionista controladora da MZCAN, e o seu cofundador, Kevin Yu, assume o posto de diretor executivo da empresa, ao mesmo tempo em que integra o comitê executivo da MZ no Brasil. A operação foi feita através de troca de ações, mas a executiva prefere não dar detalhes.

E os negócios com a MZCAN já começam a prosperar. Em setembro de 2010, o grupo Nasdaq OMX, com aproximadamente 3.600 companhias listadas, formou uma aliança estratégica com a MZCAN. Ela será a primeira empresa baseada no continente asiático a integrar a plataforma da GlobeNewswire, empresa da Nasdaq OMX. Isso lhe permitirá submeter e distribuir com mais eficiência press releases e notícias de seus clientes na Ásia.

Selar uma fusão com a China era algo que já estava na meta da MZ. Mas que ganhou força após a entrada de capital da Jardim Botânico. Desde o anúncio da operação, os sócios afirmaram que o objetivo do negócio era expansão. A expectativa é que, em cinco anos, a própria MZ faça uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Para que isso aconteça, Peter Jancso, sócio da Jardim Botânico, estima que o faturamento terá de crescer para a casa dos R$ 500 milhões ao ano. A meta ainda está longe de ser alcançada. Em 2010, a empresa espera faturar R$ 33 milhões.

Atualmente, o controle da MZ (68%) está nas mãos de seus 28 sócios-executivos responsáveis pela gestão operacional. A Jardim Botânico indicou o diretor financeiro Ricardo Eguchi, executivo que teve passagem por Terex Latin America, Bayer Cropscience e Carrefour. Em dezembro, quando ainda negociava com o fundo de private equity, a MZ firmou uma joint venture com a CCG Investor Relations, empresa com 30 anos de mercado e presença local em importantes centros de investimento como Nova York, São Paulo, Los Angeles, São Francisco, Pequim, Xangai, Hong Kong, Tel Aviv e Frankfurt.

O fato de a MZ oferecer uma gama completa de serviços em RI é visto pelos investidores como um ponto forte. Sua equipe, formada por mais de 200 funcionários, cria sites de relações com investidores e prepara os documentos a serem entregues para os órgãos reguladores. Além disso, provê diversos serviços de consultoria e tecnologia. Nesta última seara, a MZ oferece uma plataforma web desenvolvida especialmente para a realização de assembleias-gerais e envio de procurações de voto. “É uma empresa diferenciada, com boas oportunidades de crescer em mercados onde vão acontecer muitas ofertas públicas de ações”, acredita Jancso. Hoje, a MZ atende 250 clientes na América Latina e 404 no mundo. “O grande diferencial da empresa é oferecer todos os serviços importantes de RI de forma agregada, seguindo o conceito do one stop shop”, acrescenta.

A empresa foi fundada em 1999 por Rodolfo Zabisky, que permanece como sócio majoritário. Na época, ele estava no leme da área de relações com investidores na Odebrecht, em que trabalhou por 18 anos. O negócio, até então inédito, começou com a elaboração do IR Global Rankings, hoje em sua 12º edição. Em parceria com especialistas, a MZ avaliou as 33 companhias brasileiras que tinham papéis na Bolsa de Nova York (Nyse), com o objetivo de identificar as melhores na área de RI. Atualmente, o ranking é reconhecido internacionalmente e conta com a participação de empresas como General Electric, Procter & Gamble e Shell.


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