Com a queda da taxa de juros para 10,25%, e perspectivas de que o achatamento da Selic seja ainda maior, as notas promissórias (NPs) começam a atrair o apetite dos fundos de investimento. Além do curto prazo de vencimento, que diminui o risco, as NPs têm oferecido altas taxas de remuneração para gestores interessados em driblar as perdas de rentabilidade com a renda fixa. A CPFL Energia, por exemplo, emitiu, em abril, R$ 495 milhões, pagando 118% do CDI.
A taxa é bem superior à obtida no ano passado. Para se ter uma ideia, os títulos de dívida em geral pagavam, em média, 101,8% do CDI entre janeiro e abril de 2008 — segundo dados divulgados pela Credit Suisse Hedging-Griffo, durante o 5º Congresso de Fundos de Investimento da Anbid, em 26 de maio.
Para Ricardo Corradi Leoni, superintendente de mercados de dívida do Santander Brasil, esse cenário favorece a distribuição pulverizada de notas promissórias para investidores institucionais. “A primeira que vimos este ano foi a da Bradespar, em janeiro, que pagou 110% do CDI. No ano passado, a maioria das operações de notas promissórias ficava estacionada nos balanços dos bancos.”
A Precision Asset Management, especializada em títulos privados, foi uma das gestoras que aproveitaram a oferta da Bradespar. “Por ser um papel de curto prazo, podíamos segurá-lo até o vencimento”, afirma André Schibuola, gestor da Precision. Segundo ele, a oferta desses papéis para investidores institucionais ainda é tímida. “Se houver novas oportunidades em 2009 com boas taxas e qualidade de crédito, temos interesse”, ressalta.
De acordo com Gustavo Estrella, diretor de relações com investidores da CPFL, a demanda pelo papel foi superior ao volume oferecido ao mercado. “A emissão veio acompanhada de garantia total da CPFL Energia Holding que, somada ao curto prazo do papel e ao rating AA , conferiu risco baixo aos investidores em relação a sua remuneração.”
O número de ofertas de notas promissórias cresceu 56,25% este ano. Foram 25 operações entre janeiro e maio, ante 16 em igual período de 2008. A explicação, segundo Denise Pavarina, diretora gerente do Bradesco BBI, reside nos custos dos empréstimos bancários. Por estarem altos demais, devido às dificuldades trazidas pela crise, o número de empresas interessadas em se financiar por meio de notas cresceu este ano.
O volume total captado até agora, no entanto, diminuiu. Passou de R$ 8,81 bilhões para R$ 3,56 bilhões. A aparente contradição também encontra razões na crise financeira. Ainda que mais empresas tenham recorrido às notas, a demanda total por recursos caiu, devido à desaceleração econômica. O apetite por risco do investidor, por sua vez, também foi menor nesse período, destaca Luis Miguel Santacreu, analista financeiro da Austin Rating.
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