Pesquisar
  • Captação de recursos
  • Gestão de Recursos
  • Fusões e aquisições
  • Companhias abertas
  • Governança Corporativa
  • Sustentabilidade
Menu
  • Captação de recursos
  • Gestão de Recursos
  • Fusões e aquisições
  • Companhias abertas
  • Governança Corporativa
  • Sustentabilidade
Assine
Pesquisar
Fechar
Novo relatório ficou bom, mas poderia ser melhor
  • Eliseu Martins
  • março 3, 2017
  • Contabilidade e Auditoria, Seletas, Colunistas, Edição 68
  • . Auditoria, relatório de auditoria, balanço, eliseu martins, novo relatório de au

Eliseu Martins*/ Ilustração: Julia Padula

Para o cumprimento das novas normas de auditoria válidas no Brasil e no mundo para os balanços a partir de 2016, um relatório do auditor independente bem mais longo passará a ser divulgado — para gáudio dos diretores financeiros dos jornais brasileiros e lamento das companhias, que terão de arcar com um custo a mais. As regras partiram da Federação Internacional de Contadores (Ifac, na sigla em inglês).

Vêm com o novo relatório pontos bons e outros nem tanto. Para começar, a parte positiva. Até que enfim volta-se ao modelo que começa com a opinião do auditor — a primeira coisa, às vezes a única, que o usuário quer saber. Logo na sequência entram a base para essa opinião e, se houver ressalva, uma explicação correspondente; caso exista alguma ênfase que não chegue a caracterizar ressalva, entra a seguir. Logo no início do relatório, portanto, tem-se o coração do parecer, a sua razão de ser. Muito bom!

Depois disso aparece a grande novidade: o relato dos principais pontos de auditoria (PPAs), em especial para as empresas com obrigação pública de prestação de contas (não confundir com as companhias abertas, que fazem parte desse bloco ao lado das empresas que têm, por exemplo, grande número de credores, como bancos e seguradoras).

Essa parte do novo relatório tem o objetivo de mostrar que pontos concentraram a atenção dos auditores e quais os cuidados tomados com eles. Isso significa tornar públicos os principais riscos ou os aspectos mais sensíveis de natureza contábil da empresa. Trata-se de pontos que podem produzir distorções significativas nas demonstrações contábeis se não forem bem tratados ou oferecer riscos decorrentes dos sempre possíveis erros ou problemas típicos das estimativas. Além disso, destaca-se nos PPAs quais foram os procedimentos de auditoria usados para se lidar com essas questões. Se algum ponto tiver chegado a provocar ressalva, na verdade será tratado na “base para opinião”, e não como PPA.

De qualquer forma, é necessário que se preste bastante atenção a esses PPAs — eles às vezes escancaram detalhes que quem não está dentro da empresa pode não perceber com facilidade. E isso pode ser vital tanto para um investidor quanto para um credor. Que a definição do valor da provisão para créditos de liquidação duvidosa pode ser crítica para um banco é notório, mas que a realização de depósito de manutenção de peças de reposição do imobilizado pode também ser crítica em alguns casos (como num balanço de companhia aérea divulgado recentemente) não é muito fácil de se notar à primeira vista. Por isso, repetimos: sempre vale a pena ler essa parte do relatório.

Infelizmente, não é obrigatório que o auditor se posicione após cada um desses pontos, mas boa parte dos auditores vem fazendo isso de forma voluntária. Espera-se que os demais rapidamente entendam a importância dessa atitude e a acompanhem.

Outro aspecto interessante é que se esclarece agora que outras informações, como o relatório da administração, apresentadas junto com o balanço geral, não são auditadas, mas nesse novo modelo fica claro que o auditor tomou o cuidado de verificar se o documento é consistente e fiel em relação às peças contábeis propriamente ditas.

Do lado oposto, o chato é observar que permanece — e, às vezes, até maior — a parte do relatório que tem a ladainha da explicação da responsabilidade dos preparadores das demonstrações, da segregração das responsabilidades dos auditores e da defesa prévia (e enfática) contra possíveis entendimentos distorcidos de investidores e credores, principalmente. Perda de tempo e de espaço. Pior, desvia a atenção do leitor, a não ser quando ele percebe que é tudo um grande copia-e-cola.

Daqui a pouco é até possível que se repitam os artigos da Lei das S.As. sobre responsabilidade dos controladores, dos administradores, entre outros. Esses assuntos generalistas e de amplo conhecimento só perturbam. Poder-se-ia, no máximo, remeter ao sítio do Instituto dos Auditores na internet para referência às responsabilidades segundo a visão própria da categoria e do Conselho Federal de Contabilidade. Ponto. Mais um detalhe: continua-se a dizer que a demonstração do valor adicionado não é obrigatória pelas normas internacionais, que estão bem elaboradas… mas seria necessário gastar dez linhas para isso?

Em resumo, o novo modelo representa um avanço, principalmente nos PPAs, mas perdeu-se a oportunidade de desenho de um relatório mais clean, só com o que é deveras relevante. Faltou algo essencial na norma do Ifac, um item discutido na audiência pública — o auditor dizer que valor considerou como material (relevante), acima do qual analisou todos os casos, e não por amostragem. Até onde se sabe, os ingleses adotaram esse procedimento voluntariamente, mas os demais, incluindo os brasileiros, ainda não. Essa informação seria de extraordinária importância para o usuário, inclusive para o interno à própria entidade. Uma pena.

O novo relatório é, de qualquer forma, uma evolução. Mas fica o pedido para mais melhorias futuras.


*Eliseu Martins ([email protected]) é professor emérito da FEA-USP e da FEA/RP-USP, consultor e parecerista na área contábil


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.

Quero me cadastrar!

Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.

Quero conhecer os planos

Já sou assinante

User Login!

Perdeu a senha ?
This site is protected by reCAPTCHA and the Google
Privacy Policy and Terms of Service apply.
Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais

Quero conhecer os planos


Ja é assinante? Clique aqui

acompanhe a newsletter

todas as segundas-feiras,
gratuitamente, em seu e-mail

Leia também

No Brasil e no mundo, empresários se movimentam em favor da democracia

Miguel Angelo

Investidores estrangeiros fogem dos mercados emergentes

Redação Capital Aberto

Gestoras de private equity miram companhias abertas

Redação Capital Aberto

acompanhe a newsletter

todas as segundas-feiras, gratuitamente, em seu e-mail

Leia também

No Brasil e no mundo, empresários se movimentam em favor da democracia

Miguel Angelo

Investidores estrangeiros fogem dos mercados emergentes

Redação Capital Aberto

Gestoras de private equity miram companhias abertas

Redação Capital Aberto

Para que servem as assembleias gerais?

Raphael Martins

O castelo de cartas que destrói o mercado de moedas digitais

Ana Carolina Monteiro
AnteriorAnterior
PróximoPróximo

mais
conteúdos

Iniciativas dedicadas a combater o segundo maior vilão do aquecimento global ganham força, inclusive no Brasil

Metano entra no radar de investidores e governos

Miguel Angelo 24 de abril de 2022
ESG: Em pesquisa feita pela Harris Pool, 60% dos executivos admitem que suas companhias praticaram greenwashing

ESG de mentira: maioria de executivos admite greenwashing

Carolina Rocha 24 de abril de 2022
Evandro Buccini

O crédito para empresas no contexto de juros em alta

Evandro Buccini 24 de abril de 2022
A intrincada tarefa de regular criptoativos

A intricada tarefa de se regular os criptoativos

Erik Oioli 24 de abril de 2022
Guerra na Ucrânia incentiva investidores a tirar capital da China e direcionar recursos para outros emergentes

Dinheiro estrangeiro busca a democracia e aterrissa no Brasil

Paula Lepinski 24 de abril de 2022
O que muda para as fintechs com as novas regras do Banco Central

O que muda para as fintechs com as novas regras do Banco Central

Pedro Eroles- Lorena Robinson- Marina Caldas- Camila Leiva 20 de abril de 2022
  • Quem somos
  • Acervo Capital Aberto
  • Loja
  • Anuncie
  • Áudios
  • Estúdio
  • Fale conosco
  • Escreva um artigo
  • 55 11 98719 7488 (assinaturas e financeiro)
  • +55 11 99160 7169 (redação)
  • +55 11 98719 7488 (cursos e inscrições | atendimento via whatsapp)
  • +55 11 99215 9290 (negócios & patrocínios)
Twitter Facebook-f Youtube Instagram Linkedin Rss
Quer submeter um artigo à avaliação dos nossos editores?

Mande um e-mail para [email protected] com a sua proposta de pauta e avaliaremos. 
Agradecemos desde já pelo interesse em colaborar!

Cadastre-se
assine
Minha conta
Menu
  • Temas
    • Bolsas e conjuntura
    • Captações de recursos
    • Gestão de Recursos
    • Fusões e aquisições
    • Companhias abertas
    • Legislação e Regulamentação
    • Governança Corporativa
    • Negócios e Inovação
    • Sustentabilidade
  • Conteúdos
    • Reportagens
    • Explicando
    • Coletâneas
    • Colunas
      • Alexandre Di Miceli
      • Alexandre Fialho
      • Alexandre Póvoa
      • Ana Siqueira
      • Carlos Augusto Junqueira de Siqueira
      • Daniel Izzo
      • Eliseu Martins
      • Evandro Buccini
      • Henrique Luz
      • Nelson Eizirik
      • Pablo Renteria
      • Peter Jancso
      • Raphael Martins
      • Walter Pellecchia
    • Artigos
    • Ensaios
    • Newsletter
  • Encontros
    • Conexão Capital
    • Grupos de Discussão
  • Patrocinados
    • Blanchet Advogados
    • Brunswick
    • CDP
    • Machado Meyer
  • Cursos
    • Programe-se!
    • Cursos de atualização
      • Gravações disponíveis
      • Por tema
        • Captação de recursos
        • Funcionamento das cias abertas
        • Fusões e aquisições
        • Gestão de recursos
        • Relações societárias
    • Cursos in company
    • Videoaulas
    • Webinars
  • Trilhas de conhecimento
    • Fusões e aquisições
    • Funcionamento de companhia aberta
  • Loja
  • Fale Conosco

Siga-nos

Twitter Facebook-f Youtube Instagram Linkedin Rss

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.

quero assinar