Em decisão relacionada ao processo que apura o descumprimento de normas contábeis nas demonstrações financeiras da Mundial entre 2009 e 2011, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabeleceu, por unanimidade, multas individuais de R$ 500 mil para os diretores Michael Lenn Ceitlin, Marcelo Fagondes de Freitas e Julio Cesar Camara.
Segundo Roberto Tadeu, relator do caso, a apuração da Superintendência de Fiscalização Externa (SFI) constatou que os diretores agiram para maquiar a realidade econômica da companhia ao não constituir provisão para eventuais perdas com a coligada Hércules. A empresa, que enfrentava dificuldades financeiras, devia R$ 272,5 milhões à Mundial. O montante representava 32,7% do ativo total da empresa de alicates e 199,8% do patrimônio líquido. Mesmo diante dessa situação, o relatório da auditoria foi emitido sem nenhuma ressalva (leia mais na edição 20 de SELETAS).
O regulador verificou, ainda, outro problema nas demonstrações financeiras do período em análise: elas não especificavam os saldos contábeis dos passivos vinculados ao programa de recuperação fiscal (Refis), que congelou a dívida da Mundial desde 1999. Na visão de Tadeu, o fato de a companhia ter refeito os balanços de 2010 e 2011, para incluir esses tópicos, atesta seu equívoco, responsável por um ajuste significativo no patrimônio líquido — o prejuízo acumulado aumentou 284,69% na demonstração de 2011.
O julgamento dos diretores é apenas mais um capítulo da “bolha do alicate”. No episódio, manipulações de preço fizeram com que as ações da Mundial subissem 1.500% em apenas três meses.
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