Uma das missões do conselho de administração é maximizar o retorno do investimento, buscando sempre gerar valor para a companhia. Ciente da relevância dessa atribuição, a MZ Consult, empresa de consultoria em Relações com Investidores (RI), criou, em junho, um modelo de comitê de geração de valor, que passará a ser sugerido a seus clientes.
“Tem muita empresa que não tem essa cultura. Muitas abriram o capital recentemente e ainda não conseguem entender como o mercado pensa e reage às estratégias de longo prazo que ela define”, explica Bruno Rampazzo, client executive da MZ Consult.
O comitê é subordinado ao conselho de administração e tem como uma de suas principais funções ajudar os administradores a entender o impacto de suas decisões no preço das ações. O executivo deu o exemplo do Grupo Gerdau Empreendimentos — holding da família controladora — que, em 2006, causou polêmica ao cobrar royalties pela marca de 0,6% sobre a receita líquida do grupo.
“Se a empresa tivesse um comitê de geração de valor, haveria imediatamente o alerta de que a perda no valor de mercado seria muito maior que os ganhos em fluxo de caixa”, explica Rampazzo. Em três dias, os papéis preferenciais da Gerdau despencaram 8,2% e obrigaram a família a voltar atrás na decisão.
Diminuir o “gap” de valor das ações — diferença entre quanto os executivos acham que a companhia vale e quanto o mercado se dispõe a pagar — será outra atribuição importante do comitê. Ele deverá identificar o tamanho dessa diferença, detectar em que a empresa está errando e melhorar as práticas, até reduzi-la substancialmente. A MZ ainda não instalou nenhum comitê desse tipo, mas, segundo o executivo, existem vários interessados em investir na ideia.
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