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Companhias de papel
Quem é o homem que quer levar dez empresas ao Bovespa Mais até o fim de junho

, Companhias de papel, Capital AbertoO gaúcho Alexandre Azambuja, de 46 anos, não gosta de comentar o fato de, ainda na adolescência, ter desistido de cursar qualquer tipo de faculdade. Ele teme despertar desconfiança dos banqueiros da “Faria Lima e do Itaim”, por onde andou em março, em São Paulo. Azambuja sabe que vai precisar deles para executar um sonho audacioso: lançar ações na Bolsa de Valores de ao menos dez empresas que existem apenas no papel até o fim do primeiro semestre deste ano. Mas se evita falar do abandono dos estudos formais — ele revela apenas que se considera um “filósofo autodidata” —, Azambuja não poupa palavras quando seu objetivo é provar que tem cacife para o projeto incomum.

Com o brilho nos olhos típico de um empreendedor, Azambuja conta que, quando tinha 14 anos, pediu emancipação do pai, um joalheiro de Canoas (RS). O menino queria ter o próprio negócio, começando no mesmo ramo que a família. “Sou precoce”, diz ele, acrescentando que se casou aos 21 anos. Aos 35, havia montado e vendido 38 empresas diferentes, segundo seus cálculos — de lojas de varejo a uma fundição de chumbo. Com o acúmulo dessas experiências, Azambuja abriu uma consultoria empresarial em 2005, hoje chamada Templars Trust, em Curitiba (PR).

Há dois anos, ele abriu mão das receitas com esse serviço e decidiu usar todas as suas economias para bancar o plano de levantar do papel startups dos mais variados segmentos. Os projetos brotam de uma equipe multidisciplinar de 22 pessoas — advogados, contadores e publicitários “conhecidos ao longo da vida” —, concentrada no escritório da Templars na capital paranaense.

Até 26 de março deste ano, sete crias da Templars Trust estavam à espera da concessão de registro de companhia aberta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). São elas: Intercosmetic Holding, Ekoparking, Play Beverage South America, Companhia Aurífera Brasileira, Drogarias Americanas, Atletas Brasileiros e Ativos Brasileiros. Cada uma é de um setor diferente, mas todas seguem ao menos um desses modelos: consolidação, green field (criação do zero) ou uma mistura dos dois. A Intercosmetic, por exemplo, nasce com a missão de comprar salões de beleza em todo o País e usar esses canais para a venda de cosméticos de marca própria, que ainda não foram criados. Já a Companhia Aurífera tem como objetivo prospectar garimpos de ouro e vendê–los para grandes mineradoras.

Azambuja se orgulha de se espelhar no trajeto consagrado por Eike Batista no Brasil, que levou cinco companhias do grupo EBX em estágio pré–operacional à BM&FBovespa e se tornou bilionário. Enquanto o homem mais rico do País tinha ao menos alguns ativos reais e um grupo de profissionais tarimbados, o consultor gaúcho tem pouco mais que ideias, e isso não é força de expressão. O time liderado por Azambuja não tem especialização em nenhum dos setores em que quer atuar — a principal preocupação é pensar em projetos inéditos. Os executivos com competência técnica para cada uma das empresas seriam contratados com o dinheiro levantado em ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês).

Mas Azambuja não tem pressa para obter os recursos. Ele planeja listar, num primeiro momento, dez empresas no Bovespa Mais — segmento de listagem da Bolsa para companhias de pequeno e médio portes —, sem emissões públicas. Depois de construir um histórico de relacionamento e transparência com o mercado, passaria, então, a abrir o capital de uma a uma. As vantagens dessa estratégia são claras para o empreendedor: fazer o IPO de uma empresa quando ela ainda não tem nada ajuda a economizar na auditoria dos balanços, que é bem mais complexa em um negócio operacional. Além disso, ao juntar um pool de companhias, fica mais fácil persuadir um banco de investimento a tocar as ofertas, uma vez que ele teria a garantia de coordenar todas elas. Criar empresas, para Azambuja, não é difícil. Seu desafio será convencer o mercado dos seus planos.


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