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Captações em série
Pátria diminui a participação na Anhanguera após sucessivas ofertas de ações, mas não tem prazo para sair do investimento

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Desde que fez sua oferta pública inicial de ações (IPO), em 2007, a Anhanguera não para quieta. Este ano, migrará do Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa para o Novo Mercado, segmento premium da Bolsa. A mudança deve aumentar a atratividade dos papéis da empresa, que tem feito uma oferta de ações por ano. A de 2010 já está a caminho. Até o fechamento desta edição, a Anhanguera preparava-se para a oferta primária em que espera emitir cerca de 20 milhões de ações e movimentar algo em torno de R$ 800 milhões.

A presença da empresa no mercado de capitais está ligada ao aporte de recursos feito pelo Pátria Investimentos, através do Fundo de Educação para o Brasil. Trata-se de um fundo de investimento em participações (FIP) que, em 2005, aplicou R$ 800 milhões na Anhanguera, a única companhia do portfólio. O Pátria chegou a ter 85% do capital total da companhia, mas atualmente detém cerca de 20%. Além de ter vendido parcelas de suas ações durante as ofertas públicas secundárias (em março de 2007 e em dezembro de 2009), os aumentos de capital decorrentes de ofertas primárias — como a que vai ocorre este ano — diluíram sua participação. A gestora, contudo, não vê isso como problema e garante que não há prazo para sair do investimento.

Segundo Ricardo Scavazza, executivo-chefe de operações da Anhanguera e sócio do Pátria Investimentos, a migração para o Novo Mercado não implica uma grande mudança no patamar de governança corporativa da companhia. A Anhanguera atende a todos os requisitos desse ambiente de negociação, exceto ter somente ações ordinárias. Além de possuir conselho de administração e fiscal com membros independentes, adota quatro comitês de assessoramento ao board (auditoria, remuneração, risco e financeiro).

“O Pátria acredita muito na estrutura do Novo Mercado. Só não abrimos o capital direto nesse segmento porque o setor de educação estava prestes a sofrer uma mudança na legislação e preferimos ser conservadores”, diz Scavazza. Na época do IPO, tramitava pelo Congresso Nacional uma regulamentação que limitaria a participação dos investidores estrangeiros no capital votante no ensino superior, o que reduziria o interesse dos aplicadores de fora pelas ações. A saída encontrada foi a listagem no Nível 2, por meio de units, que possibilita a emissão de ações preferenciais sem direito a voto.

A participação dos estrangeiros nas ofertas da empresa foi significativa: eles levaram 76% no IPO, 96% na oferta primária de 2008 e 79% na secundária de dezembro de 2009. Como a legislação não foi aprovada, os sócios decidiram que era a hora de migrar para o segmento máximo de governança da Bolsa. As units serão extintas, e cada ação preferencial será convertida em uma ação ordinária.

As adequações na governança foram feitas ao longo dos cinco anos em que o Pátria é sócio da companhia. Quando o fundo chegou, a Anhanguera era uma empresa familiar e seus balanços não eram sequer auditados. Aos poucos, os membros da família foram se afastando da gestão, e ela passou a ser mais profissionalizada. O professor Antonio Carbonari Netto, fundador da Anhanguera, é quem hoje comanda os negócios, como diretor-presidente.

Situada em um setor com grande potencial de consolidação, a Anhanguera vem expandindo a sua atuação tanto de forma orgânica quanto por meio de aquisições. Desde 2007, adquiriu 30 campi pelo Brasil, que somados aos que já possuía totalizam 54. Também fazem parte de sua rede 450 centros de ensino à distância e 650 centros de formação profissional.

A elevação do poder de consumo da classe C, aliada a um aumento da percepção do valor da educação, é o que dá o tom desse crescimento. Dos 6 milhões de alunos que atualmente cursam o ensino superior no Brasil, apenas 20% estão nas universidades públicas. Os outros 80% estão matriculados em entidades privadas, como a Anhanguera, que conta com 294 mil alunos presenciais.

Os ganhos de escala visados pela companhia proporcionam a expansão da margem e permitem investir na qualidade de ensino. A estimativa é de que cerca de 16% dos recursos captados pela atual oferta primária sejam usados para a expansão das atividades via construção de unidades. Todo o restante será direcionado a aquisições. Em 2009, a Anhanguera registrou receita líquida de R$ 904,6 milhões. De janeiro a setembro deste ano, somou R$ 776,7 milhões. Somente no terceiro trimestre, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 61,6 milhões, e a margem Ebitda, 24,5%. Os números superam os do mesmo período do ano passado — R$ 51,2 milhões e 23,3%, respectivamente.

Em setembro deste ano, a gestora de recursos Blackstone comprou uma participação de 40% no Pátria Investimentos. De acordo com Scavazza, a associação não deve mudar a forma de atuação da área de private equity. Ele espera que a Blackstone contribua para o crescimento dos negócios por meio da transferência de conhecimento. Antes de a associação ser fechada, as duas empresas já tinham uma interação informal.


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