A despeito da desaceleração da economia mundial, o número de viajantes atingiu novo recorde. Em 2014, 1,14 bilhão de turistas cruzaram portões de desembarque internacionais, crescimento de 4,7% em relação a 2013. Para este ano, projeta-se alta de 4%.
A Dufry, operadora de free shops que tem Brazilian depositary receipts (BDRs) listados na BM&FBovespa e já protagonizara a Alta de março do ano passado, tende a se beneficiar desse movimento. A companhia suíça passou a deter um quarto do mercado global de varejo aeroportuário após anunciar a aquisição da italiana World Duty Free (WDF), sua maior concorrente, em março. A transação se somou à compra de outra rival, a suíça Nuance, em junho de 2014, e reforçou a atividade em importantes mercados europeus, como os de Reino Unido e Espanha.
“A tendência estrutural do setor é positiva”, diz André Juillard, analista do banco francês Natixis. “À medida que o número de viajantes cresce, eles devem gastar mais nas free shops.” O otimismo explica parte da ascensão do papel na bolsa brasileira, que foi de 10,2% nos seis meses encerrados em 19 de maio. Há também expectativa em relação aos próximos trimestres, quando a empresa deve começar a colher as sinergias da integração da Nuance, estimadas em 70 milhões de francos suíços. E as BDRs ainda têm sido favorecidas pela valorização do franco suíço.
Apesar do cenário promissor no curto prazo, no primeiro trimestre o desempenho da Dufry decepcionou. O aumento de 31,5% nas receitas, puxado pela incorporação da Nuance, foi ofuscado por um prejuízo de 5,9 milhões de francos suíços. “Se desconsiderarmos as aquisições, o resultado foi bastante fraco: queda de 4,7% nas receitas”, avalia Jon Cox, chefe de análise de equity da corretora Kepler Cheuvreux, em Zurique. O analista fala da depreciação das moedas russa e brasileira, que reduziu o poder de compra do consumidor nesses países, mercados-chave para a Dufry. E, no mesmo trimestre, houve o encerramento de concessões da empresa em aeroportos de Espanha, Egito e Tunísia.
Em teleconferência em maio, o presidente da companhia, Julian Diáz, afirmou que os problemas do período não devem se repetir ao longo do ano. Segundo ele, em abril as vendas apresentaram melhora em relação a março, e em países como a Rússia o pior da crise já passou. “Esperamos desempenho orgânico positivo em 2015, se a volatilidade cambial não se repetir nos próximos trimestres.” O executivo destacou pontos fortes da Dufry para enfrentar as incertezas em alguns mercados: o desenvolvimento das operações na Ásia, a incorporação da WDF, a implementação de estratégias promocionais e a renovação de parte de suas 1.600 lojas.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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