A reforma que a Rossi vem provendo em sua estratégia ainda está longe da fase de acabamento. Os números melhoraram mas ainda não significam que o pior já passou. No ano passado, a companhia voltou a registrar lucro líquido, de R$ 41,1 milhões, depois de ter amargado um prejuízo de R$ 205,7 milhões em 2012. As ações, no entanto, não reagiram: acumulam queda de 16,2% neste ano até o dia 9 de maio.
Na visão de Eduardo Silveira, analista do BES Securities, a queda é exagerada, já que a ação da Rossi está sendo negociada no mercado por um terço do valor contábil. Ele concorda, contudo, que a companhia enfrenta graves problemas. Um estudo feito pelo BES aponta a incorporadora como uma das mais arriscadas para o investidor, levando em conta cinco critérios: alavancagem e geração de caixa; entregas de projetos; vendas e cancelamentos; estoque; e custos. Os resultados recorrentes ainda são fracos, a visibilidade sobre os lucros futuros é baixa, e a alavancagem segue elevada.
Um dos principais objetivos da Rossi é reduzir o endividamento. E ela tem conseguido, ainda que lentamente. Uma das medidas para isso tem sido vender ativos. Dos R$ 117 milhões de caixa gerado no quarto trimestre de 2013, R$ 32 milhões vieram da venda parcial de um terreno e R$ 67 milhões da venda de participação em shopping. Apenas os R$ 18 milhões restantes foram provenientes do negócio. Como resultado, a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido, de 114% no terceiro trimestre de 2013, fechou o ano passado em 109%.
Ao mesmo tempo em que trabalha para reduzir a alavancagem, o grande desafio da Rossi é melhorar a rentabilidade e a geração de caixa. “Apesar do custo financeiro da dívida ser um dos principais problemas de curto prazo, é importante que o ritmo de vendas não desacelere”, ressalta Marcelo Motta, do J.P. Morgan. No ano passado, no entanto, os lançamentos da Rossi encolheram pela metade, gerando um valor de vendas de R$ 949,2 milhões, contra R$ 1,96 bilhão em 2012.
Para reverter esse cenário, a companhia mudou sua estratégia: decidiu concentrar os novos empreendimentos em sete regiões metropolitanas — a nacionalização tinha sido um dos principais motores do endividamento — e passou a focar as classes média e alta. comercializando imóveis na faixa entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão. Com isso, a margem bruta dos novos projetos subiu. “Apesar de haver uma luz no fim do túnel (as margens devem convergir no futuro para o nível dos novos lançamentos), os projetos anteriores, menos rentáveis, “ainda pesam consideravelmente nos resultados”, afirmam analistas do Merrill Lynch.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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