A Marisa vive uma saia justa com o investidor: no ano, até 11 de novembro, sua ação caiu 57%. Motivos não faltam. O alto nível de endividamento e a inflação elevada descosturam o poder de compra do brasileiro. Os incentivos do governo ao varejo, por sua vez, focam os bens de consumo duráveis. Não é surpresa que o consumo de moda cresça em ritmo inferior às vendas do comércio varejista: 3,6%, contra 6%, conforme o IBGE. “O desempenho operacional da Marisa tem sido historicamente mais volátil e suscetível às condições macro do que o de seus pares”, observam os analistas do Itaú BBA Vitor Paschoal e Raquel Rodrigues.
Enquanto as vendas da empresa emagrecem, a competição arrebenta os botões. Marcas importantes que desembarcam no Brasil e outras presentes no País há mais tempo incomodam: a inglesa Top Shop e a americana Gap, que chegaram em 2013 para concorrer com as brasileiras Renner, Riachuelo e Marisa; a holandesa C&A, líder em vestuário no Brasil; e a Zara, do grupo espanhol Inditex. Segunda colocada no ranking mundial, a sueca H&M prepara as malas. Em disputa, um mercado não consolidado que deve faturar R$ 150 bilhões neste ano.
Líder do segmento de lingeries, a Marisa busca se reposicionar nesse panorama. Começou o ano apostando na introdução de categorias: sapatos, roupas de tamanho maior, e roupas de escritório. Os resultados obtidos até agora, contudo, não são animadores. No segundo trimestre, a empresa obteve lucro líquido de R$ 38,8 milhões, queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado (para efeito de comparação, a receita cresceu 6,6%).
Ainda assim, os analistas Tobias Stingelin e Alexandre Amson, do Credit Suisse, acreditam que a companhia vai se “beneficiar da maturidade do plano para aumentar as vendas por metro quadrado” no médio prazo. A estratégia é melhorar a rentabilidade das lojas existentes e reduzir as inaugurações — de 51 para 42 pontos de venda novos.
Além disso, há a aposta no crédito ao consumidor. A solução, entretanto, é vista como um problema potencial. O Credit Suisse afirma que, “apesar do bom desempenho até o momento”, a operação de crédito aumenta o perfil de risco da empresa. Pelas contas do Itaú BBA, 48% do lucro líquido da Marisa em 2013 será obtido nessa área. Os analistas do banco lembram que o “financiamento ao consumidor não é core business dos varejistas” e que, se a ideia da companhia é buscar o seu lucro no crédito e em serviços relacionados, os múltiplos deveriam ser mais baixos — como são no setor bancário.
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