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O tom da Bolsa
Após forte baixa em 2011, a perspectiva é de ganhos com ações na BM&FBovespa este ano. Confira os prognósticos para os principais setores do pregão

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O ano começa com um olhar muito mais otimista sobre o futuro das cotações do que o de 12 meses atrás. De acordo com analistas de cinco corretoras consultadas pela CAPITAL ABERTO, a expectativa é que o Ibovespa ganhe ritmo em 2012, apesar dos riscos de agravamento da debilidade fiscal da Europa, que não deve dar trégua tão cedo.”Nosso cenário base sugere um ano oposto ao que foi 2011. Esperamos um desempenho um pouco mais modesto nos primeiros meses, refletindo a desaceleração da economia e os efeitos da crise externa, mas com melhora importante, sobretudo, no segundo semestre”, projeta Cida Souza, estrategista do Itaú BBA. Para Cida, as condições do encerramento de 2011 — em 22 de dezembro, o Ibovespa fechou em 57.347 pontos, e o dólar, a R$ 1,85 — tornaram o mercado mais atraente para o investidor estrangeiro, que deverá voltar a alocar recursos no Brasil à medida que a situação externa se estabilizar. “Os três principais temas de investimentos no Brasil para longo prazo permanecem inalterados: novo consumidor de classe média crescente; grandes investimentos em infraestrutura; e vantagens competitivas naturais em commodities”, afirma.

Novamente, as companhias voltadas para o mercado interno têm tudo para liderar os ganhos na Bolsa de Valores. Neris Baggio e Fábio Gonçalves, analistas do Banrisul, preveem melhora nos setores de consumo cíclico doméstico, aqueles diretamente influenciados pelo crescimento, revertendo a desaceleração do último trimestre de 2011. “Haverá espaço para que o governo estimule a economia pela via de políticas monetárias e fiscais, compensando parcialmente os efeitos da recessão na Europa”, completa Hugo Rosa, da Citi Corretora.

CRÉDITO EM ALTA — A julgar pela atual tendência de queda da taxas básica de juros, que encerrou 2011 a 11%, e de desemprego — que caiu para 5,8% em novembro, menor taxa desde 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) —, é esperada uma demanda forte por crédito, o que será muito bom para os bancos. “A preocupação com relação a uma suposta bolha no mercado de crédito nos parece exagerada”, diz Rosa. As empresas de meios de pagamento também serão beneficiadas nesse cenário, com um maior percentual da população trocando o uso de talão de cheque e dinheiro por cartões”, acrescenta o analista–chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Bradesco e Itaú Unibanco encabeçam a lista de recomendações da Planner Corretora. Por serem instituições de grande porte, contam com maiores volumes de reservas em relação aos empréstimos e podem ser mais competitivos na cobrança dos juros. Na lista de alvos preferidos da casa, a novidade é o Banrisul. No terceiro trimestre de 2011, a instituição financeira gaúcha aumentou em 15,9% o lucro líquido; em 14,2% os recursos captados e administrados; e em 13% os ativos totais, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os números são animadores em relação aos da concorrência, na visão da Planner.

OBRAS EM ANDAMENTO — As companhias ligadas à infraestrutura são as que mais podem se beneficiar da realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil nos anos de 2014 e 2016, respectivamente. Empresas de construção civil, logística, transportes e concessão rodoviária são diretamente impactadas, em razão da demanda imediata causada por esses eventos esportivos, que continuam a encher os olhos dos investidores.

Para a construção civil, o cenário é ainda mais auspicioso. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon–SP) estima em 4,8% o crescimento do produto interno bruto (PIB) do setor no País em 2011; para 2012, prevê um avanço de 5,2%. São vários os indicadores que sustentam essa estimativa. Dentre eles, destacam–se o nível de emprego formal nesse ramo da economia, que subiu 9,2% nos nove primeiros meses de 2011 em comparação ao mesmo período de 2010, e o crédito para habitação e infraestrutura, que tem capacidade para continuar a expansão neste ano.

A fotografia da EZTec é uma das melhores dentre as competidoras, de acordo com a análise da Planner. A construtora obteve, no terceiro trimestre de 2011, margens bruta e líquida de 50% e 44%, respectivamente, as maiores desde a abertura de capital, em junho de 2007. Devido à “sustentação das margens e da expertise para a baixa renda”, a corretora também aposta na MRV, que tem sido beneficiada pela diminuição dos tributos aplicável ao Programa Minha Casa, Minha Vida.

SACOLAS CHEIAS — O contínuo crescimento da renda e da oferta de emprego e a manutenção dos programas sociais do Estado suportam a probabilidade de aumento do consumo, principalmente das classes C, D e E. Na projeção da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o varejo brasileiro crescerá entre 4% a 5% em 2012, acima do incremento do PIB, estimado pela instituição entre 3% e 3,5%.

Empresas de alimentos como Brasil Foods e AmBev podem se aproveitar do aumento da classe média brasileira, da renda real crescente, da oferta de crédito e do desemprego na mínima histórica. “Ambas possuem um grande poder de repasse de preço, ou seja, não perdem margem em seus principais produtos em momentos de aumento da inflação”, explica Eduardo Jurcevic, superintendente da Corretora Santander.

Para o Itaú BBA, são dignas de realce as ações da Magazine Luiza e da Lojas Renner, que podem se aproveitar do forte impulso do consumo doméstico. A Natura também é uma das candidatas a brilhar, após registrar uma aguardada expansão nas operações internacionais, sem perder participação no mercado brasileiro, mesmo com o acirramento da concorrência no setor de cosméticos. Em 2012, a expectativa é de que a companhia tenha resultados consistentes, diante do sólido aumento na base de consultores de venda e da melhora de seu sistema logístico.

SERVICOS BÁSICOS — Conhecidos por distribuírem dividendos aos acionistas, os papéis dos setores elétrico e de telecomunicações também merecem atenção. “São os preferidos do mercado em cenários de incertezas e recessão”, lembra Jurcevic. Para as empresas de telecom, um fermento formidável está nos serviços de transmissão de dados, devido ao avanço tecnológico e ao barateamento de equipamentos. Os papéis da Telefônica são a principal recomendação dos analistas ouvidos pela reportagem, graças às sinergias geradas com a fusão de Telesp e Vivo.

Mesmo sendo defensivo, o setor elétrico não é garantia de ganho fácil. As pendências com as definições das regras do terceiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de energia podem impactar negativamente as ações de companhias como Cesp, Eletrobras e AES Tietê. Em 2011, os setores elétrico e de telecomunicações já apresentaram altas bastante expressivas — os índices setoriais Itel e IEE subiram 14,7% e 16,6%, respectivamente, no acumulado até 22 de dezembro.

COMMODITIES? — A postura é de cautela para investimentos em empresas relacionadas a commodities e dependentes do apetite externo. “Com a zona do euro em recessão, a China desaquecendo e a economia americana em recuperação lenta, esperamos uma queda média do lucro das empresas de commodities na casa dos 10%”, estima Jurcevic. Uma economia mundial em estado de fraqueza, naturalmente, é prejudicial para as exportações brasileiras de commodities. As grandes siderúrgicas, por exemplo, já tiveram uma performance muito abaixo do Ibovespa em 2011. As ações preferenciais da Usiminas acumularam depreciação de 54,5% de janeiro até o dia 22 de dezembro. No mesmo período, os papéis da Gerdau recuaram 36,4%, e os da CSN, 42,4%, enquanto o Ibovespa caiu 18%.

O departamento de pesquisa do Itaú BBA desestimula qualquer exposição significativa em commodities. “Nossa carteira recomendada conta apenas com Vale no setor de recursos naturais, mas, ainda assim, numa posição um pouco mais modesta, com cerca de 16% do portfólio”, diz Cida Souza. Em carteiras passadas, a mineradora chegou a atingir 19% do portfólio sugerido. Um pouco menos pessimista, Baggio e Gonçalves, do Banrisul, acreditam que o segmento de commodities deve ter suas margens e lucros aumentados de maneira menos expressiva, mas ainda pode apresentar alguns resultados atraentes devido à perspectiva de melhora para a China. Já o analista Rosa, da Citi Corretora, prefere concentrar algumas fichas nas mineradoras. Ele ainda observa chances de vendas consistentes do minério de ferro.

 

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