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Na palma da mão
Correndo por fora da disputa entre gigantes do mercado de cartões, PagPop conquista aporte da Intel Capital
, Na palma da mão, Capital AbertoFabio de Paula, da Intel Capital (esq.), e Marcos Campos, da PagPop: companhia ganhou acesso a uma ampla rede de contatos da fabricante de chips

No cartão de visitas da Intel Capital, a participação em cerca de 200 ofertas de ações no mundo inteiro. O braço de capital de risco da fabricante americana de chips, não à toa, é hoje o maior investidor privado em empresas da área de tecnologia da informação (TI). No portfólio atual de US$ 10,8 bilhões aportados em 54 países, uma iniciante brasileira marca presença: a PagPop, especializada em leitores de cartões para telefones celulares.

O foco da PagPop são 20 milhões de pequenas e médias empresas no Brasil que hoje recebem pagamentos através de cheque e dinheiro, num momento em que a moeda preferencial do consumidor passa a ser o cartão. Em vez de utilizar a maquininha, porém, o comerciante cliente da PagPop efetua a transação usando seu smartphone (o sistema também permite que seja um computador).

“Atendemos revendedoras de cosméticos, taxistas e profissionais liberais”, diz Marcos Campos, presidente e fundador da PagPop. Dentista, Campos percebeu o potencial do negócio a partir das dificuldades experimentadas no dia a dia de seu consultório. Correndo por fora da disputa entre gigantes do mercado de pagamento com cartão como Cielo e Redecard, a PagPop aposta em nichos ainda pouco explorados. Para conquistar a clientela de menor porte, cobra taxa de 1,5% por transação, enquanto nas grandes operadoras a média gira em torno de 5%, segundo a Associação Comercial de São Paulo.

Criada em 2011, a PagPop contava com menos de dez funcionários quando a Intel Capital aportou recursos no negócio, no início de 2012. A empresa tem hoje 40 funcionários, 30 deles na área de call center, trabalhando para formar parcerias com lojistas e profissionais no Brasil inteiro. “Só de consultores de venda direta são quatro milhões que não usam meios eletrônicos de pagamento”, afirma Campos. O número de clientes da PagPop passou de 4 mil, no primeiro ano de funcionamento, para 24 mil, no segundo. Em 2013, a expectativa é atingir 70 mil.

Foi em um evento para aproximar investidores e empreendedores, realizado por uma aceleradora de negócios, que a equipe da Intel Capital descobriu a PagPop. Campos teve 20 minutos para vender seu peixe — falou como a ascensão social teria impacto sobre o uso de meios eletrônicos em pequenas empresas Brasil afora, o que era a PagPop e seu potencial de crescimento. Convenceu.

“O pagamento por meios móveis vai ter um crescimento vigoroso nos próximos anos no País, o que nos fez olhar para a PagPop”, ressalta Fabio de Paula, diretor da Intel Capital. “Nosso foco está nas empresas que ampliam a digitalização e proporcionam mais mobilidade às pessoas.” Ao fomentar a adoção de sua tecnologia por meio da Intel Capital, a fabricante de chips faz escola. De Paula conta que tem sido consultado por empresas brasileiras de TI para replicar o modelo de capital de risco da Intel — a exemplo da Totvs.

A PagPop esteve na mesma rodada em que outras nove empresas receberam da Intel Capital investimentos de US$ 40 milhões no total (os números não são abertos em detalhe). As participações da Intel Capital normalmente ficam entre 10% e 25% do capital. A PagPop prevê receita entre R$ 8 milhões a R$ 9 milhões em 2013, depois de registrar faturamento de R$ 1,5 milhão no ano passado.

O ingresso da Intel Capital trouxe mudanças para a estrutura de governança corporativa da PagPop. A empresa transformou-se em uma sociedade anônima, e um conselho de administração foi criado. A Intel Capital não tem assento, mas estipulou a figura de um observador, com uma cláusula que dá direito a voto nas decisões da empresa e permite, com o tempo, vir a ter um membro. O financiamento não tem prazo de desinvestimento, segundo Fabio de Paula, conferindo flexibilidade para trabalhar com a empresa.

Ao integrar o time da Intel Capital, a PagPop tem acesso não apenas a capital, mas também a uma ampla rede de contatos da fabricante de chips. Em 2012, foi convidada a participar de um evento na Califórnia que reuniu cerca de 300 companhias, entre aquelas que receberam investimentos da Intel, consumidores e fornecedores. Campos aproveitou a oportunidade para analisar as estratégias de negócio de empresas iniciantes de outros países, captar tendências e, claro, distribuir seu cartão de visita. “Quando mostramos que recebemos investimento da Intel Capital, muitas portas se abrem, sejam de clientes, sejam de fornecedores ou ainda de pessoal técnico, que ajudam com ideias para melhorar nossas soluções”, observa o presidente da PagPop.

No mundo, a consultoria Gartner estima que o segmento de pagamentos móveis movimentará US$ 600 bilhões em 2016. No Brasil, a ascensão social caminhando lado a lado com a chamada bancarização deve dar fôlego extra a esse mercado. No momento, o Banco Central discute regulamentação sobre o tema. A ideia do governo é estimular a concorrência, criando espaço para a atuação de empresas menores. A PagPop já cava seu lugar.


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