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Mais recursos e opções para investimento de impacto
Produtos com esse viés começam a chegar a grandes plataformas no mercado brasileiro
* Daniel Izzo | Ilustração: Julia Padula

*Daniel Izzo/ Ilustração: Julia Padula

No último mês de junho, o GIIN (Global Impact Investing Network) divulgou seu mais recente relatório sobre o mercado de investimentos de impacto, com dados referentes a 2019 e contando com a participação de 294 organizações do mundo todo. Segundo o estudo, são 715 bilhões de dólares sob gestão, divididos entre organizações de desenvolvimento, gestores financeiros com e sem fins de lucro e bancos, entre outros. Esse valor representa um crescimento de cerca de 80% ao ano desde 2014, demonstrando o rápido aumento do interesse sobre o tema.

Outro ponto que chama muito a atenção no estudo é a diversificação de ativos financeiros com a rubrica de impacto. Segundo o GIIN, os investimentos de impacto estão sendo feitos por instrumentos de dívida privada, private equity, fundos imobiliários e até fundos de ações. Os setores que estão recebendo os recursos também são bastante variados, como energia, microfinanças, água e saneamento, agricultura, saúde e educação. É uma grande evolução em relação aos primeiros estudos, por volta dos primeiros anos da década de 2010, quando a quase totalidade do dinheiro investido era direcionada para crédito e equity para pequenas empresas em países em desenvolvimento.

É seguro afirmar que hoje existem no mundo opções para todos os gostos e tamanhos de bolso. De fato, alguns bancos nos Estados Unidos e na Europa já oferecem um portfólio completo de impacto, para quem quer colocar todo o seu dinheiro em produtos com esse viés. Em paralelo, uma iniciativa chamada T100 está analisando portfólios de fundações, famílias e indivíduos de alta renda comprometidos em alocar todo o seu patrimônio em ativos com impacto.

No Brasil, o mercado demorou um pouco mais a se aquecer. Passamos por um período bastante difícil para os ativos alternativos entre 2014 e 2018, com recessão e taxa Selic lá no alto, o que afetou o desenvolvimento de iniciativas mais arriscadas e com temáticas novas. Entretanto, neste ano, com a queda brusca das taxas de juros e a pandemia, o tema de impacto ganhou o mainstream. Junto com seu “primo” ESG (questões ambientais, sociais e de governança), entrou no radar de todas as grandes casas e bancos.

Junto com essa movimentação vem a boa notícia do desenvolvimento de produtos mais acessíveis para o público em geral. São já dezenas de fundos com pegada ESG, desde fundos de ação a green bonds, lançados por casas como BTG, XP, Itaú, entre outros, e as opções de impacto também começam a aparecer. Já existem produtos para investidores pessoa física em plataformas como a CoVida20, que oferece crédito em modelo de crowdfunding para pequenas empresas de impacto socioambiental e, nas últimas semanas, começaram a surgir as primeiras opções de fundos de impacto nas grandes plataformas — o primeiro é o fundo Empírica Vox de crédito privado.

São movimentos que começaram tímidos, mas que vêm ganhando uma tração muito rápida nos últimos meses. Parece que, finalmente, está caindo a ficha de que, como instituições financeiras e como investidores individuais, também temos responsabilidade pelo mundo que estamos criando. Uma prateleira mais recheada de produtos com impacto positivo real torna possível alinhar nossos valores ao nosso dinheiro. Além disso, nos ajuda a contribuir para a sociedade e para as gerações seguintes enquanto cuidamos de nosso futuro e da nossa segurança patrimonial. São ótimos ventos de um tempo que parece ter chegado de vez.


*Daniel Izzo ([email protected]) é sócio-cofundador da Vox Capital.


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