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Longe da crise
Elektro capta R$ 2,1 bilhões em ano marcado pela intervenção do governo no setor

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Em um ano turbulento para as companhias de energia, a Elektro fez uma exitosa emissão de debêntures. Em setembro de 2012, captou R$ 650 milhões em uma operação que registrou demanda três vezes superior à oferta. As debêntures, não conversíveis em ações, foram oferecidas ao mercado sob o regime de garantia firme, contando com o BB Banco de Investimento como coordenador-líder e a HSBC Corretora como coordenadora da operação.

A emissão usou a via da Instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que restringe a oferta a 50 investidores qualificados — detentores de investimentos financeiros em valor superior a R$ 300 mil —; e a compra dos títulos, a 20. Os compradores das debêntures foram, principalmente, fundos de investimentos, fundações e seguradoras.

A colocação das debêntures da Elektro no mercado foi dividida em três séries distintas: ELEK16, ELEK26 e ELEK36. A primeira, de prazo mais curto (cinco anos), teve a remuneração indexada inicialmente em CDI 0,78%. Com a forte demanda, a taxa final ficou em CDI 0,74%. A segunda série, com prazo de sete anos, previa IPCA 5,50%, resultando em uma taxa final de IPCA 5,10%. A última série, de dez anos, pagou IPCA 5,50%, ante a remuneração inicial prevista de IPCA 6%. “Com isso, asseguramos um dos custos mais baixos em emissões realizadas no mercado brasileiro em 2012”, comemora Harley Lima, gerente financeiro e de relações com investidores da Elektro. A emissão obteve rating ‘brAAA’, o melhor da escala de classificação de risco atribuída pela agência Standard & Poor’s.

A companhia utilizará os recursos para alongar o perfil da dívida e liquidar antecipadamente debêntures de sua quarta emissão, ofertadas em agosto de 2006. Segundo Raphaela Sayuri, consultora de operações financeiras da Elektro, a captação melhorou o perfil de alavancagem da companhia, que agora passa a contar com um mix melhor de indexadores de dívida.

O rating corporativo da Elektro é também ‘brAAA’, desde 1º de julho de 2010. Em maio de 2012, a Standard & Poor’s afirmou, em relatório, que a companhia possui um perfil de risco financeiro intermediário, com boas métricas de crédito nos últimos anos devido à sua baixa alavancagem e à forte geração de caixa. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e o lucro líquido registrados pela Elektro em 2012 foram, respectivamente, de R$ 698 milhões e R$ 358 milhões. A empresa também tem mantido o nível histórico de investimentos correntes. No ano passado, destinou R$ 304 milhões para a expansão, aperfeiçoamento e preservação do sistema elétrico.

Constituída em 1998 e controlada atualmente pela espanhola Iberdrola, a Elektro atende 6 milhões de pessoas de 228 municípios — 223 no estado de São Paulo e cinco, no Mato Grosso do Sul —, uma área de mais de 120 mil quilômetros quadrados. Provê, ao todo, mais de 11% da energia elétrica distribuída no estado de São Paulo.

O mercado de capitais se consolidou como importante fonte de financiamento para as empresas do setor elétrico, assegurando prazos mais longos que as alternativas disponíveis. O ano de 2012, contudo, foi marcado por passagens turbulentas após a publicação das Portarias Interministeriais 578, 579 e 580, do governo federal, em 1º de novembro. As normas alteraram o cálculo para as indenizações dos ativos não amortizados e não depreciados, além da revisão dos valores máximos das tarifas que as geradoras elétricas poderão cobrar pela energia. A novidade caiu como uma bomba sobre o setor. Dois meses após o anúncio da Medida Provisória (MP) 579, as companhias elétricas listadas em bolsa haviam perdido US$ 20 bilhões em valor de mercado. Como consequência, os investidores passaram a observar o segmento com cautela. Muitos argumentam que a medida vai comprometer não só a qualidade dos serviços prestados, mas também a própria sobrevivência das empresas.

De acordo com o relatório de administração 2012 da Elektro, a redução dos encargos setoriais não causará impactos diretos no seu resultado ou no seu contrato de concessão, uma vez que ele tem vigência até 2028. A MP 579 muda as regras somente para os contratos com vencimento previsto entre 2013 e 2017.


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