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Investidores institucionais fogem da Petrobras

, Investidores institucionais fogem da Petrobras, Capital AbertoPor anos, a Petrobras ostentou o título de maior companhia aberta do País. O cenário atual, no entanto, em nada lembra seus tempos de glória. Na BM&FBovespa, as cotações da petroleira despencaram tanto que seu valor de mercado passou a ser quase a metade do patrimonial: no pregão de 25 de abril, as ações somavam R$ 202,3 bilhões, ante um patrimônio líquido de R$ 349,3 bilhões. Não é à toa que a companhia tem visto sua base acionária minguar.

A fuga está concentrada nos investidores profissionais. De acordo com o formulário de referência da Petrobras, desde 2010 o número de fundos e clubes de investimentos com ações da petrolífera despencou 32,9% (de 10.797 para 7.245). O grupo dos institucionais, que abriga fundos de pensão e seguradoras, caiu 27,5% no mesmo período (de 1.905 para 1.381). A queda mais discreta é a de acionistas pessoas físicas, com uma redução de 10,% nos últimos quatro anos.

O reinado da Petrobras na carteira do Ibovespa também está prestes a acabar. Como o índice leva em conta critérios de liquidez e volumes de negociação, as duas prévias divulgadas até o fechamento desta edição indicavam que, a partir de maio, a petroleira será ultrapassada pelo setor financeiro. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco tendem a ocupar o maior espaço da cesta, com 9,5% e 7,6%, respectivamente; a Petrobras PN ficará na terceira posição, ocupando 7,1% da carteira.

“Havia uma grande expectativa de crescimento a partir da descoberta do petróleo da camada pré-sal [anunciada em 2008], mas a companhia não extraiu valor dessa base de ativos”, avalia Roberto Altenhofen, da Empirius. Nesse período, a Petrobras não aumentou sua produção de forma expressiva, mantendo-se na faixa dos 2,5 milhões de barris ao dia. Ao mesmo tempo, sua dívida disparou de R$ 65 bilhões para R$ 223 bilhões nos últimos quatro anos, mesmo levando em conta a capitalização feita em 2010, no valor de US$ 120 bilhões — em reais, atualmente, esse montante equivale a cerca de R$ 268 bilhões, mais que o valor de mercado da companhia.

Para piorar a situação, uma série de escândalos deteriora qualquer perspectiva positiva em relação à petroleira. Em abril, veio à tona o caso Pasadena. A Petrobras pagou US$ 360 milhões pela aquisição de 50% da refinaria americana, com uma cláusula que a obrigava a adquirir os 50% restantes em caso de desentendimento com o outro sócio, a belga Astra Oil. Foi o que acabou acontecendo. Com isso, a brasileira desembolsou ao todo US$ 1,25 bilhão pela refinaria, que havia sido comprada pelos belgas por valor ao menos quatro vezes menor, um ano antes. O caso ganhou ainda mais repercussão porque o negócio foi aprovado pelo conselho de administração, na época comandado pela presidente da República, Dilma Rousseff.

A Petrobras também é alvo da Operação Lava Jato, deflagrada em março. A Polícia Federal investiga uma organização suspeita de usar postos de combustível para lavar dinheiro, além de movimentar R$ 10 bilhões em câmbio ilegal, corrupção de agentes públicos e outros crimes. Devido ao possível envolvimento com a quadrilha, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras, foi preso em março. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) também será instalada para investigar irregularidades.

O intenso noticiário depreciou de tal forma as ações que alguns gestores que deixaram a companhia nos últimos meses cogitam voltar. “Foi uma pena termos zerado nossa posição no fim do ano passado”, lamentou um gestor. Segundo ele, com a montanha-russa das cotações no mês passado, inclusive ao sabor das pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais, os lucros seriam certeiros, ao menos no curto prazo.

 

Ilustração: Eric Peleias


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