Euforia e precaução
A abundância de recursos financeiros no Brasil chama a atenção de muitas empresas — mas, antes de buscá-los, é preciso preparação

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Uma boa notícia circunda já há algum tempo o ambiente brasileiro de negócios: está cada vez mais acessível a obtenção de recursos para financiar o crescimento. O fluxo de capitais no Brasil começou a encorpar em 2005 e segue robusto. As empresas brasileiras interessadas em destravar o crescimento por meio do acesso a recursos financeiros vêm se deparando com uma abundância de capital sem precedentes na história do País. A informação auspiciosa trouxe euforia. Principalmente entre 2008 e 2010, quando a escalada do fluxo de capitais para o Brasil atingiu seu ápice, muitas companhias passaram a se preocupar menos com a preparação dos negócios — já que, de certa forma, parecia impossível que alguns detalhes as impedissem de consegui-los. Essa postura, no entanto, acarretou riscos.

Um desses riscos é que a despreocupação tem o perigoso potencial de transformar a boa notícia em má notícia. Imprudência tem preço — como já ficou claro, em uma escala muito maior, com as crises detonadas nos Estados Unidos e, posteriormente, na Europa. “O fato é que há, sim, cada vez mais capital no mercado, mas quem define onde os recursos serão alocados está cada vez mais atento e seletivo”, diz Andre Viola Ferreira, sócio-lider para mercados estratégicos da Ernst & Young Terco.

As fontes de recursos devem cobrar cada vez mais transparência e qualidade e, em contrapartida, oferecer melhores condições a quem cumprir os requisitos

No Brasil, o que se prevê é que duas tendências caminhem juntas, uma alimentando a outra: no longo prazo, provavelmente existirá cada vez mais possibilidade de captação de recursos. Ao mesmo tempo, as fontes devem tornar-se cada vez mais implacáveis na cobrança de transparência e qualidade e, em contrapartida, oferecer melhores condições a quem cumprir os requisitos. “Aos olhos do mercado, é fundamental que a empresa seja transparente”, afirma Ferreira. “Seus números, seu histórico, seus planos e os riscos aos quais está exposta precisam emergir completamente no momento em que serão analisados.”

É uma questão de se comportar como uma companhia de capital aberto, mesmo antes de sê-la. “Não há alternativa senão estar constantemente preparado, mesmo que não haja planos para trazer dinheiro de fora no momento”, alerta Ferreira. A disciplina das empresas em relação à prestação de contas — uma tarefa decisiva na hora de se relacionar com investidores e instituições financeiras — é importantíssima. Faz-se necessário não apenas mostrar, mas, principalmente, ter o que mostrar. Prestar informações objetivas e dizer exatamente o que seu destinatário quer saber são pontos imprescindíveis.

A partir daí, a verdadeira tarefa se revela. Por trás da transparência e da prestação de contas, há a preparação do que será mostrado. Governança é fundamental. A forma como a empresa funciona, suas regras, as normas que definem sua conduta dentro e fora de seus limites e as diretrizes que mitigam riscos têm de ser fomentadas, apuradas e apresentadas. Da mesma forma, é fundamental estabelecer controles para garantir que tudo o que a governança pressupõe ocorre dentro da empresa — e, com isso, dar consistência às informações. Esse é, afinal, o caminho para ao crescimento sustentável.

Quando se decide crescer ao trazer recursos de fora do negócio, independentemente da escolha do modelo de captação e da fonte de recursos, um plano de negócios e um planejamento estratégico formal tornam-se vitais. Estimulá-los é o melhor caminho para entender o momento da companhia no contexto de seu ramo de atuação, assim como o cenário do mercado. Não é possível compreender o crescimento sem saber para onde a empresa vai e para quais caminhos o mercado aponta. Ao compreender esses fatores, torna-se também mais fácil levantar o que é preciso melhorar, o que implementar e o que deixar de fazer.

Para saber mais, acesse: www.ey.com.br/crescimento


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