Parece consensual a avaliação de que o mundo precisa em algum momento diminuir drasticamente sua dependência de combustíveis fósseis, como sugerem os constantes alertas de cientistas e ambientalistas e como se discutiu na COP 26. A questão é o que fazer para manter os suprimentos necessários para o funcionamento das economias durante o período de transição. Ainda mais considerando que, embora a maioria das pessoas reconheça o imperativo do combate às mudanças climáticas, poucos querem pagar mais nas contas de luz por isso.
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, 81% do mix de energias básicas hoje no mundo estão atrelados a combustíveis fósseis. Isso significa que não é possível que, de um dia para o outro, o mundo passe a usar majoritariamente outras fontes. Nesse contexto, as empresas de combustíveis fósseis precisam continuar fazendo investimentos, de forma que mantenham a oferta ao mesmo tempo em que pensam na transição.
Ocorre que os recursos para essa finalidade estão cada vez mais escassos. Conforme levantamento publicado pelo Financial Times, os investimentos anuais das grandes produtoras de petróleo nos próximos anos devem ter quedas expressivas. Os prognósticos dão conta de um recuo de um quinto na média anual até 2025, na comparação com a década anterior. A diminuição deve ser impulsionada pela pouca disposição dos investidores em financiar empresas que produzam combustíveis fósseis. Esse movimento já vem acontecendo, o que explica o fato de empresas listadas, como BP, Chevron, Exxon e BP, terem sofrido quedas no valor de mercado. O problema é que os investidores têm retirado seus recursos dessas empresas, e não estão necessariamente direcionando os valores para o financiamento de projetos que contribuam para o desenvolvimento de matrizes mais limpas de energia.
Nesse contexto, a transição energética tende a depender enormemente dos planejamentos feitos pelos governos, afirma o FT. Mas mesmo eles têm deixado a desejar nesse aspecto, principalmente no que se refere a gás natural — uma alternativa razoável de combustível para o processo de transição, útil nesse contexto se for bem utilizada. Os governos precisariam ter metas ano a ano para essa transição. Se não o fizerem, correm o risco de ver a continuidade dos preços dos combustíveis fósseis e a ameaça de ruptura no fornecimento de energia.
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