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Discretas, mas admiráveis
Companhias de baixa capitalização registram valorizações surpreendentes no período pós-Plano Real

, Discretas, mas admiráveis, Capital AbertoA BM&FBovespa conta, atualmente, com cerca de 456 companhias listadas. Dessas, mais da metade tem valor de mercado pífio e liquidez irrisória. São companhias que ficam de fora da carteira da maioria dos investidores e dos principais índices da BM&FBovespa. Nesse grupo de esquecidas, entretanto, há algumas preciosidades que registraram valorizações estrondosas nos últimos anos.

São pérolas como a Metisa e a Grazziotin. Entre 1o de julho de 1994 e 4 de junho de 2013, as duas registraram as maiores altas do universo das microcaps, conforme levantamento feito pela CAPITAL ABERTO. Valorizaram, respectivamente, 41.373,2% e 36.853%. O estudo considerou como microcaps as empresas com capitalização de mercado entre R$ 100 milhões e R$ 600 milhões e negociações diárias, quando ocorrem, de até R$ 350 mil.

A varejista Grazziotin, que possui valor de mercado em torno de R$ 400 milhões e volume médio diário de negócios de R$ 347 mil, valorizou-se muito mais, por exemplo, que a ação preferencial da Lojas Americanas, integrante do Ibovespa que acumulou alta de 6.759,3% no mesmo período. “A Grazziotin se destaca pela gestão. Enquanto sua margem fica em 12%, a de outras empresas varejistas não passa de 9%. O modelo de negócios adotado pela companhia, com lojas mais simples e concentração de investimentos no interior do País, garante resultados muito favoráveis”, diz Rodrigo Sancovsky, sócio da Fama Investimentos. A gestora tem 12% do capital total da empresa. Quando começou a comprar as ações da Grazziotin, em 2006, o papel era vendido a R$ 4. Em 14 de junho, estava cotada em R$ 18. Houve, portanto, um ganho de 350% no período.

Segundo Sancovsky, desde 2008 a empresa cresce 15% por ano, acima da média de 13% das demais companhias do setor. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) apresenta avanço de 20%, contra a média de 13% do mercado. O perfil de clientes atraído pela Grazziotin também é apontado pelo sócio da Fama como um motivo para a aquisição de ações da companhia. “Trata-se de um público que não recorre a empréstimos para fazer suas compras, porque o tíque-te médio fica em torno de R$ 60. Isso significa que as condições da oferta de crédito, as oscilações nas taxas de juros e a inadimplência têm impacto muito pequeno no desempenho da empresa”, afirma.

A Metisa também faz parte do portfólio da Fama. A companhia comercializa ferramentas, lâminas para corte, peças para tratores e implementos voltados ao setor agrícola. “A Metisa tem as vantagens de exportar para mais de 50 países e de o maior cliente ser responsável por apenas 3% de suas receitas”, explica Sancovsky. Nas previsões do gestor, as ações da Metisa devem subir ainda mais, já que a companhia, que tem valor de mercado pouco acima de R$ 200 milhões, vale hoje quatro vezes o seu Ebitda — em empresas comparáveis essa relação chega a nove vezes.

Fora do período analisado pelo levantamento, há também microcaps com valorizações notáveis. É o caso da Biomm, da área de biotecnologia, que teve alta de 1.384% no período de 29 de junho de 2004 a 11 de junho de 2013. A companhia é vista por Sancovsky como boa oportunidade, pois será a única produtora nacional de insulina. A Biomm pretende investir R$ 330 milhões em uma fábrica em Minas Gerais. A estimativa é que a unidade comece a operar em 2015, com produção anual de 20 milhões de frascos. “As ações da empresa estavam esquecidas pelos investidores. Fizemos uma pesquisa e enxergamos a oportunidade”, salienta o sócio da Fama.

Outra gestora que gosta das empresas nanicas é a Victoire Brasil. Uma das eleitas é a metalúrgica Schulz, de Joinville, que fornece componentes e peças de caminhões e tratores para Volvo, Scania, Caterpillar e Mercedes-Benz, além de ser líder no mercado de compressores de ar na América Latina. As ações preferenciais da empresa subiram 2.383% entre o IPO, em maio de 1995, e 11 de junho de 2013. “Desde que a companhia abriu capital, a receita líquida cresceu a uma taxa anual de 19,1%, exceto em 2012, ano atípico, em que houve queda na produção de caminhões na indústria em geral. A expectativa é que neste ano a receita volte para o patamar anterior”, observa Werner Roger, gestor e sócio da Victoire. Empresa familiar, a Schulz existe há 50 anos e ainda é dirigida pelo fundador. Sua produção atende até 70% do mercado brasileiro, segundo o gestor. “Hoje nossa estratégia é encontrar, entre as microcaps, as que estão mal precificadas devido à baixa demanda”, revela Roger.


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