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Edemir Pinto
Década de ouro

, Edemir Pinto, Capital Aberto

 

Edemir Pinto, CEO da BM&FBovespa, não costuma se acanhar quando o assunto é o futuro do mercado de capitais. Nem mesmo quando suas previsões falham. A mais famosa é a meta de popularização da bolsa, que prevê 5 milhões de pessoas físicas aplicando em ações. A cifra mágica foi lançada em 2009, com o objetivo de ser alcançada em 2014, mas o prazo teve de ser revisto para 2018, porque o número de acionistas pessoas físicas pouco avançou até agora. Mas isso não o desanima. “Os próximos dez anos serão de ouro para o mercado de capitais brasileiro”, garante.

2023
“Ao olhar o crescimento do mercado, é possível projetar que uma consolidação desses avanços virá adiante. Teremos um ambiente completo, com renda fixa e outros instrumentos que fazem parte do processo de financiamento das empresas. As debêntures já estão ganhando espaço. Outros produtos que hoje têm liquidez restrita, como os ETFs, seguirão o mesmo caminho. O mercado será mais globalizado.”

Concorrência entre bolsas
“A concorrência trará mais inovação e volume de negócios. Para os próximos anos, a competição no segmento de trading [sistemas de negociação] será uma realidade. É um serviço que virou commodity. No de pós-negociação [que inclui o serviço de clearing], é possível, mas menos provável, que haja concorrência. O ingresso de um novo participante requer altos investimentos e um sistema de salva-guardas muito robusto.”

Taxa de juros
“A queda dos juros é uma realidade e não acredito que a taxa volte a ficar em dois algarismos. Com a postura adotada nos últimos tempos pelo Banco Central, teremos juros de país civilizado, o que será uma alavanca do mercado de capitais. O investidor pessoa física ainda vive a febre do consumo. Temos um potencial de crescimento espetacular. Veja países como o Chile ou a Coreia do Sul, onde cerca de 8% da população participa do mercado acionário. No Brasil, esse indicador está em torno de 0,3%. Se chegarmos aos 5 milhões de investidores pessoas físicas, vamos falar de 2,5% dos brasileiros negociando ações.”

Corretoras
“O mercado de intermediação vem passando por dificuldades no mundo todo. A crise de 2008 foi muito grave e ainda estamos sofrendo o seu
rescaldo. O intermediário precisa se reinventar, mas em momentos de dificuldade isso é mais complicado. Não vejo o fim da intermediação. Ela é a razão de a Bolsa existir. Por esse motivo, estamos democratizando o mercado para permitir que as corretoras atuem em nicho — como o on-line, oferecendo apenas o serviço de home broker — sem ter que desembolsar integralmente o depósito de garantias para operar, de R$ 25 milhões. Hoje, a mesma garantia vale para qualquer corretora, seja ela full service, seja de nicho.”

Novo Mercado
“As práticas da boa governança estarão sempre em evolução. No Brasil, introduzimos uma inovação [na autorregulação aplicável aos níveis diferenciados], que é fazer as regras em conjunto com as empresas. Daqui a dois anos, acredito que teremos uma nova rodada de atualização, talvez com a entrada de regras que ficaram de fora [na reforma de 2011], como a obrigatoriedade do comitê de auditoria e a introdução da OPA obrigatória [para quem atingir 30% do capital].”

Brasil
“A nossa evolução política é impressionante. Sempre há percalços, mas somos um país em forte desenvolvimento. Os próximos serão os anos de ouro do mercado de capitais brasileiro. Teremos geração de empregos e expansão da economia, além de mais empresas listadas, lucro para as companhias e incremento dos volumes negociados.”


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