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Cadê as fundações?
Gestoras sofrem com aversão dos fundos de pensão a novos investimentos em private equity
  • Thais Folego
  • setembro 24, 2017
  • Captação de recursos, Reportagens, Fundos Patrimoniais, Fundos de Investimento
  • . operação Greenfield, private equity, captação de recursos, Fundos de pensão, FIP, investimento, fundações
Ilustração: Rodrigo Auada

Ilustração: Rodrigo Auada

Desde que a crise política e econômica passou a ofuscar o fulgor do Brasil, as gestoras de private equity padecem de um mal comum: a escassez de investimentos. Dados da provedora de dados e análises Private Equity Bay (Pebay), que consolida informações auditadas de cerca de 500 fundos de 260 gestores, revelam que o volume de capital novo comprometido em fundos de investimento em participações (FIPs) caiu drasticamente entre 2015 e 2016, de 29,9 bilhões de reais para 11,8 bilhões de reais. Do total captado no ano passado, 12% foram aportados por investidores nacionais e 88%, por estrangeiros. Em 2015, esses números alcançaram, respectivamente, 15% e 85%. A redução do apetite do investidor local explica o desalento de gestoras como DGF, CRP Companhia de Participações e Jardim Botânico Investimentos. Diferentemente das grandes do setor, que contam com dinheiro estrangeiro para abastecer seus fundos, essas assets captam recursos preponderantemente com investidores institucionais brasileiros, sobretudo os fundos de pensão.

A deflagração da Operação Greenfield, no ano passado, foi uma das principais responsáveis pela retração dos investimentos das fundações em private equity. A investigação colocou em evidência aplicações suspeitas feitas pelos maiores fundos de pensão do País — Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal), Petros (dos empregados da Petrobras), Postalis (dos servidores dos Correios) e Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) — por meio de FIPs. Ao se debruçar sobre esses casos, a Polícia Federal constatou a participação de empresários, dirigentes de fundos de pensão, empresas avaliadoras de ativos e gestores e administradores de FIPs num esquema criminoso que superavaliava as empresas investidas, ocultava os riscos das operações e desviava dinheiro. Estima-se que esses investimentos tenham gerado prejuízo de 8 bilhões de reais às fundações.

Em reação às descobertas, os fundos de pensão de estatais trocaram suas diretorias e colocaram em prática uma série de medidas para recuperar a credibilidade. O problema, observa Sidney Chameh, diretor da DGF, é que os novos dirigentes têm torcido o nariz para aplicações em private equity. Um exemplo: ao revisar sua política de investimentos, a Petros, agora sob a batuta de Walter Mendes, comunicou, no início do ano, que não fará novos aportes em FIPs até 2021. Depois disso, o limite máximo de alocação será de 7% do patrimônio no plano de benefício definido (ante os 10% adotados anteriormente) e de 4% (ante 8%), no plano de contribuição variável. “Desde a Greenfield, o fundo de private equity virou a Geni, em que todo mundo joga pedra”, lamenta Chameh, fazendo uma referência à música “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque. Hoje, 85% dos recursos sob gestão da DGF pertencem a investidores nacionais.

Cautela

A retração nos investimentos das fundações em private equity é reflexo também de uma postura mais conservadora. Em abril, segundo dados da Associação das entidades fechadas de previdência complementar (Abrapp), 208 planos de benefícios acumulavam um déficit somado de 69,6 bilhões de reais. O rombo, vale destacar, é bastante concentrado: 88% do prejuízo provém de apenas dez planos — a maioria de fundações estatais. “Diante dessa situação, muitas fundações passaram a priorizar investimentos com risco menor e com retorno que facilmente bata a meta atuarial [rentabilidade mínima exigida das fundações para que garantam o cumprimento dos seus compromissos futuros com os beneficiários dos planos]”, diz José Luiz Osório, sócio da Jardim Botânico. Por investimento com menor risco entenda-se títulos públicos.

“O fundo de private equity virou a Geni, em que todo mundo joga pedra”

A boa notícia é que a queda na taxa de juros pode amenizar essa situação. Sócio da KPMG responsável pela área de private equity, Marco André Almeida lembra que em 2012, quando a Selic bateu um dígito (fechou aquele ano em 7,25%) e o cupom do Tesouro IPCA (NTN-B) chegou perto de 4% (hoje, ele está em torno de 5%), os fundos de pensão aumentaram significativamente a alocação de recursos em ativos reais, em busca de uma rentabilidade melhor. A bonança durou até 2014, quando os juros alcançaram 11,75%. Naquele ano, os investimentos das fundações em private equity atingiram o equivalente a 2,9% do patrimônio total do setor — a maior fatia já registrada, segundo dados da Abrapp. A partir de 2015, esse número foi caindo, até que, em abril deste ano, chegou a 1,8%.

De acordo com Clovis Meurer, diretor superintendente da CRP, com a queda da taxa de juros no País — o boletim Focus projeta que, no fim do ano, a Selic atingirá 7,5% —, os fundos de pensão podem retornar ao segmento. Porém, por causa das incertezas geradas pela crise política, Meurer acredita que esse retorno pode demorar mais um ou dois anos. “Enquanto isso, estamos com as barbas de molho. Há muita incerteza, e isso inibe o investidor. Não sabemos o futuro do atual presidente, como vai ficar a recuperação da economia e o que pode aparecer nas próximas delações premiadas”, destaca o gestor, que tem como cotistas importantes fundações, a exemplo de Previ, Petros, Funcef, Valia, Fapes, Economus e Celos.

O compasso de espera também marca os negócios da Jardim Botânico, que diante da retração das fundações voltou a visitar investidores estrangeiros com mais frequência. Outra frente explorada pela gestora é a de club deals, em que vários investidores se reúnem para ganhar musculatura e comprar um determinado ativo.

Retorno ruim

O histórico de rentabilidade dos fundos de privaty equity é mais um desincentivo a novas aplicações. Dados da Pebay mostram que a rentabilidade mediana dos FIPs marcados a mercado foi negativa em 12% em 2015 e positiva em 4,5% em 2016. Ainda que o retorno tenho melhorado, ele não supera sequer a inflação medida pelo IPCA no ano passado, de 6,29%. Presidente da Pebay, Leonardo Ribeiro concorda que o desempenho médio dos FIPs não foi bom, mas ressalta que alguns entregaram ótimos resultados: no quartil superior da amostra, as rentabilidades foram de 16% em 2015 e de até 178% em 2016.

A conclusão de que o retorno do investimento não compensa o risco levou a Funcesp, patrocinada por empresas de energia, entre elas a Cesp, a desistir de fazer novos aportes em FIPs. Com 23 bilhões de reais sobe gestão, a Funcesp aplicou recursos pela primeira vez em private equity há dez anos. De acordo com Jorge Simino, diretor de investimentos da fundação, a decisão de deixar o segmento levou em conta três fatores. O primeiro é o custo. Ele considera que a taxa fixa de administração dos FIPs é razoável, mas a taxa de performance, muito alta, uma vez que ela incide sempre que o retorno do fundo obtém a marca de IPCA mais 7%. “O sarrafo é muito baixo”, avalia Simino.

A conclusão de que o retorno do investimento não compensa o risco levou a Funcesp a desistir de novos aportes

Já o segundo ponto que afastou a Funcesp dos FIPs foi o ambiente de negócios brasileiro, marcado por inseguranças regulatórias e jurídicas que elevam o risco de investimentos de longo prazo. “O risco dos fundos de private equity no Brasil versus o de outros países é mais alto, então o retorno precisaria ser maior para compensar. Mas não é isso que acontece”, observa Simino. O terceiro fator refere-se à falta de convicção, por parte da equipe de investimentos da fundação, de que a queda da Selic é sustentável no longo prazo, uma vez que os problemas fiscais do País continuam sem solução e ameaçam a manutenção da inflação em níveis baixos. Se essas questões se resolverem — e a situação econômica do Brasil melhorar —, a Funcesp planeja aumentar sua exposição a risco, mas com foco no investimento em ações e em títulos públicos indexados à inflação com vencimentos mais longos.

Os desafios obrigam os gestores de private equity a saírem da zona de conforto. Atualmente, a DGF estuda lançar um FIP que receba aportes de estrangeiros e pessoas físicas. A Operação Greenfiled, observa Almeida, da KPMG, também teve um aspecto positivo — desde sua deflagração, os responsáveis pelos fundos estão mais atentos a riscos de fraude e dedicados a realizar diligências anticorrupção, antes de fechar qualquer negócio. Quando o apetite por investimentos mais arrojados voltar, essa postura pode ajudar os gestores de FIPs a atraírem os recursos dos precavidos dirigentes de fundações.

 


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