Brasil Pharma, do BTG Pactual, inaugura ofertas de ações em 2016
Ilustração: Grau 180.com.

Ilustração: Grau 180.com.

Os banqueiros de investimento estão pouco animados com as ofertas de ações em 2016. Sejam ofertas iniciais (IPOs) ou subsequentes (follow-ons), amplas ou com esforços restritos de venda: eles consideram remotas as chances de uma companhia se arriscar a ofertar papéis diante da crise econômica. Só em casos muito específicos, afirmam, os empresários enfrentarão um cenário de tanto pessimismo.

O primeiro deles já surgiu. No dia 20 de janeiro, a Brasil Pharma anunciou ao mercado a oferta primária de 211,6 milhões de ações, por meio de uma distribuição com esforços restritos de venda, conforme previsto pela Instrução 476. A operação poderá movimentar R$ 800 milhões, se levado em conta o preço de referência — a companhia sinalizou que cada nova ação sairá por R$ 3,78, caso não haja demanda para formação de preço pelo processo de bookbuilding, ainda que o valor supere a cotação de mercado.

A particularidade da Brasil Pharma está na base de acionistas. Apesar de a companhia declarar ter controle difuso, o BTG Pactual é o dono da maior fatia das ações. Somados, três veículos de investimentos do grupo financeiro detêm 37,79% do capital. A estreita ligação com o conglomerado fundado por André Esteves fez os papéis despencarem com a prisão do banqueiro, em novembro passado, como consequência de investigações da Operação Lava Jato. Desde então, a ação ordinária da Brasil Pharma acumula queda de cerca de 80%: passou de R$ 19,50 na véspera da detenção (24 de novembro) para R$ 3,66 no fechamento de 27 de janeiro.

A brusca desvalorização agravou a já deteriorada situação financeira da companhia — nos nove primeiros meses de 2015, o prejuízo somou R$ 420 milhões. Antes da prisão de Esteves, a Brasil Pharma já havia vendido a bandeira de farmácias Mais Econômica, uma das mais deficitárias, e aprovado um aumento de capital. Na ocasião, a oferta de ações sinalizava aporte que variaria entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões, ao preço mínimo de R$ 20.

O BTG Pactual, além de maior acionista da companhia, figura como coordenador da oferta (em conjunto com o Santander) e como investidor âncora. Na oferta em curso, o banco garante o aporte de R$ 400 milhões. No mesmo anúncio que informou o mercado sobre o follow-on, a Brasil Pharma confirmou que o BTG havia sido procurado para vender sua fatia na empresa ou alguns dos ativos.

Se concluída a oferta de acordo com o cronograma anunciado, com fixação do valor do papel no dia 29 de janeiro e início da negociação das novas ações em 2 de fevereiro, a Brasil Pharma será a quinta companhia a usar a Instrução 476 na oferta de ações. No ano passado, Valid, General Shopping, Metalúrgica Gerdau e Encalso Participações também venderam ações beneficiadas pelas facilidades oferecidas pela norma.


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