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Calculando a rota

, Calculando a rota, Capital AbertoA bolsa de valores não é um cassino, e a decisão de investir em ações, para ser bem-sucedida, precisa ser criteriosa. Nesse sentido, é importante a definição de uma estratégia de investimento. Ela busca trazer critérios objetivos, baseados em evidências e análises, para que o investidor atinja uma rentabilidade satisfatória sobre seu capital. Ao se adotar previamente uma estratégia, ele se diferencia do ‘especulador’1, o qual, em linhas gerais, tem foco de curto prazo e é mais propenso a aproveitar as oportunidades momentâneas do mercado para auferir lucros.

A adoção de uma estratégia de investimentos predefinida traz alguns benefícios:
1. Alinhamento de expectativas pessoais: ao conciliar suas expectativas de retorno com sua propensão a risco, o investidor pode contrabalancear riscos e se munir de proteções que, sem uma análise prévia, não seriam possíveis;

2. Racionalidade e menor exposição à subjetividade: a adoção de uma estratégia predefinida evita que o investidor seja influenciado por vieses cognitivos pessoais, ou seja, interpretações subjetivas do mercado que podem conduzir a perdas, como o excesso de otimismo a respeito dos retornos de uma ação, por exemplo;

3. Menores custos de mudança de portfólio: a fidelidade a uma única estratégia de investimento evita a necessidade de rebalanceamento da carteira. Isso significa menos custos de corretagem, de custódia e impostos; e

4. Melhor capacidade de previsão: embora retornos passados não forneçam garantias sobre resultados futuros, a adoção de uma estratégia já conhecida traz o benefício de uma perspectiva conhecida de resultados e riscos. O investidor pode saber o que fazer caso o comportamento do mercado fuja excessivamente ao esperado.

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FUNDAMENTALISTA X TÉCNICA

Em linhas gerais, as estratégias de investimentos em ações podem ser divididas em duas grandes vertentes: a análise fundamentalista e a análise técnica (ou gráfica).

A análise fundamentalista se apoia em resultados econômicos e financeiros das empresas para determinar qual o valor intrínseco do ativo em questão e, consequentemente, qual o momento correto da compra e da venda. Essa linha de análise se baseia na observação empírica e acredita que toda ação tem um valor “justo”, intrínseco.

Já a análise técnica se sustenta na avaliação de gráficos e do comportamento dos preços negociados dos ativos para identificar padrões que permitam inferir o desempenho futuro dos papéis. A premissa por trás desse método é que os investidores tendem a repetir processos mentais semelhantes, já adotados no passado e, por essa razão, seria possível deduzir qual o comportamento futuro dessas ações se as mesmas conjunturas se repetirem.

Para cada uma dessas vertentes, existem diversas estratégias de investimento associadas. Nos capítulos a seguir, iremos abordar mais detalhadamente quatro estratégias vinculadas à linha fundamentalista e faremos uma introdução à análise técnica. Mas, antes, é importante que você esteja consciente sobre os pontos abaixo.

DISPONIBILIDADE DE TEMPO E DEDICAÇÃO

Um investimento é uma decisão que demanda atenção e cuidados constantes. Como investidor, você deve estar preparado para reagir às variações de mercado. Por essa razão, é fundamental que você reserve uma parte do dia para atualização de notícias e informações e rebalanceamento da carteira e realização de lucros, se assim for necessário.

Conforme a complexidade dos investimentos cresce, maior será a necessidade de tempo para entender em que você está investindo, quais os riscos associados e o que deverá fazer diante de diferentes cenários.

Produtos financeiros mais simples (poupança, CDBs ou fundos de renda fixa) exigem pequena disponibilidade de tempo; já produtos de alta complexidade demandam maior carga de dedicação.

O gráfico a seguir apresenta um escalonamento ilustrativo: quanto mais complexo o produto financeiro em que se está investindo, maior é a necessidade de tempo e dedicação do aplicador. Da mesma forma, vale lembrar que produtos mais sofisticados estão associados a maior risco e, portanto, tendem a apresentar um retorno potencial igualmente superior.

HORIZONTE DE TEMPO E RENTABILIDADE ESPERADA

O horizonte de investimentos pelo qual você está disposto a investir é decisivo para sua estratégia de investimento. As evidências mostram que, no longo prazo, o retorno de ativos com maior grau de risco tende a superar aqueles com menor grau de risco. Por essa razão, definir previamente quanto tempo você possui até a eventual utilização de suas aplicações contribui para otimizar a rentabilidade auferida.

Um exemplo prático: o mercado acionário está sujeito a flutuações de curto prazo. Crises macroeconômicas podem derrubar a bolsa por certos períodos de tempo. Um investidor que, inadvertidamente, tivesse investido todo seu patrimônio em 12 de maio de 2008 no Índice Bovespa teria, após seis meses, metade de sua riqueza. A outra metade teria evaporado em função da crise financeira internacional que se instalou após os problemas de crédito subprime na economia norte-americana. Por outro lado, se ele tivesse esperado 14 meses a mais, teria recuperado quase todo seu patrimônio.

Ativos de maior risco, como as ações, estão sujeitos a amplas flutuações; portanto, investir na bolsa durante um curto espaço de tempo poderá expô-lo a perdas substanciais. No gráfico da próxima página, comparamos a evolução de um investimento em ações do Ibovespa durante os últimos dez anos, contra uma aplicação de baixo risco, como a poupança, no mesmo período.

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CONHECIMENTO PRÉVIO

Qualquer investimento exige algum grau de conhecimento. Saber os riscos envolvidos e o que fazer caso as coisas não saiam conforme planejado é um importante fator a se considerar antes de investir. Procure aplicar seu dinheiro em algo que você entende e conhece. Siga uma estratégia cuja lógica lhe é familiar. As suas chances de sucesso são tanto maiores quanto mais bem informado você estiver a respeito de onde aloca seus recursos. Agora que você já refletiu sobre suas expectativas pessoais com relação a investir, vamos fazer uma breve introdução ao investimento em ações. Se você já tem familiaridade com o tema, sugerimos que vá direto para o capítulo 3.


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