Receita para atração de fundos soberanos
, Receita para atração de fundos soberanos, Capital Aberto

Geraldo Soares*/ Ilustração: Julia Padula

O primeiro fundo soberano do mundo, o Kwait Investment Board (que mais tarde se tornou o Kwait Investment Office), foi criado em 1953. O intuito do modelo era investir o excedente das receitas petrolíferas que se espalharam pelo globo, aplicando os recursos de governos como reservas internacionais e superávits comerciais para se estabilizar as moedas. Por concentrarem enorme soma de dinheiro, os países produtores de petróleo desde sempre são aqueles que mais utilizam esse tipo de investimento. Estima-se que os 40 maiores fundos soberanos tinham em 2015 um patrimônio de impressionantes US$ 12 trilhões, o que os torna maiores do que os fundos de hedge.

Para os países receberem investimentos de fundos soberanos devem seguir quatro princípios básicos: evitar o protecionismo; sustentar estruturas justas e transparentes de investimentos; respeitar as decisões do investidor — ou seja, o país receptor não deve dizer aos gestores dos fundos soberanos como aplicar seu dinheiro; e tratar o investidor com igualdade.

No Brasil, os fundos soberanos marcam presença com investimentos em várias companhias abertas nacionais — que já inseriram em suas agendas de viagens roteiros no Oriente Médio e em Cingapura. Conhecimento da cultura do país e do povo de origem do investimento são questões cruciais nessa abordagem. Afinal, há uma enorme multiplicidade de características culturais e de perfil dos investidores.

Esses importantes atores podem aumentar a participação em nosso mercado de capitais, e as companhias abertas estão buscando contato com eles. Pesquisa feita no ano passado pelo BNY Mellon mostrou que o relacionamento anual das empresas brasileiras com os fundos soberanos é mais frequente que o das empresas globais. Isso é um alento! Demonstra que as companhias brasileiras estão fazendo a sua parte na comunicação institucional.

Para atrairmos maiores volumes financeiros dos fundos soberanos, penso que deveríamos intensificar os quatro princípios anteriormente apresentados. Para tanto, dependemos de um ator até aqui apenas tangenciado nestas linhas: o governo brasileiro — seja na esfera do Executivo, do Judiciário ou do Legislativo. A estrutura do governo é fundamental para implantarmos medidas adequadas e aprofundarmos regras que possibilitem o estabelecimento dos quatro princípios.


*Geraldo Soares ([email protected]) é superintendente de relações com investidores do Itaú Unibanco


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