A abertura de capital ajuda na diversificação das alternativas de captação de recursos pelas empresas, mas também implica mudanças organizacionais — afinal, os custos para se realizar esse tipo de operação dependem da estrutura que a empresa possui, especialmente em termos de compliance. Com o objetivo de oferecer informações adicionais às companhias que se preparam para esse desafio, a Deloitte elaborou, em parceria com a BM&FBovespa, o estudo “Custos para abertura de capital no Brasil – Uma análise sobre as ofertas entre 2005 e 2015”. O levantamento, feito com base em dados de 198 empresas, mostra, entre outros aspectos, que os custos mais relevantes de um IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering) são as comissões pagas aos coordenadores da operação, que representam cerca de 3,8% do total distribuído – conclusão fundamentada na mediana dos custos das emissões realizadas no período analisado.
Ao tornar-se uma companhia aberta, a empresa diversifica as alternativas de captação, proporciona liquidez patrimonial aos seus acionistas e fortalece a imagem institucional e a profissionalização da gestão. Ao abrir o capital, os sócios devem considerar as obrigações decorrentes dessa condição versus o benefício do acesso a todos os mecanismos de financiamento oferecidos pelo mercado de capitais, levando em conta as exigências de cumprimento de prazos e regulamentos e de forte estrutura de governança corporativa.
Os custos relativos à preparação de abertura do capital dependem da estrutura da empresa no que se refere a controles internos, governança corporativa, níveis de transparência e contratação de auditoria externa para análises de processos e resultados. Além disso, cada setor apresenta características e comportamentos distintos. Essas diferenças devem ser levadas em consideração quando se faz o levantamento dos custos para abertura de capital. No entanto, é possível segmentar os gastos em três grandes blocos: diretamente ligados à preparação da empresa para se tornar uma companhia aberta; associados à oferta, ou seja, à abertura de capital; e relacionados à condição de companhia aberta, com ações listadas em bolsa de valores.
O estudo mostra ainda que a mediana de custos totais para a realização de um IPO entre 2005 e 2015 foi de 4,8%, enquanto para operações de follow-on ficou em 3,6%. As ofertas públicas iniciais têm custos maiores por envolverem mais etapas até que a empresa abra o capital. Com a análise das ofertas brasileiras realizadas entre 2005 e 2015, é possível observar que os custos com as comissões dos coordenadores são os mais relevantes a serem considerados quando se decide fazer um IPO ou o follow-on. Outro fator que influencia os custos é o nível de governança escolhido para nortear o processo de abertura do capital, já que cada um possui uma regra específica que envolve benefícios e gastos diferentes para a companhia.
O estudo “Custos para abertura de capital no Brasil” foi preparado com base em dados disponíveis nos prospectos de ofertas públicas realizadas no País entre janeiro de 2005 e dezembro de 2015, considerando ofertas iniciais (IPOs) ou subsequentes (follow-ons). No período analisado, os valores distribuídos entre as operações de IPO e follow-ons no Brasil somaram aproximadamente R$ 399 bilhões, com destaque para os anos de 2006 e 2007, quando foram realizadas 63% das aberturas de capital no País. O ano de 2007 teve o maior número de operações, atingindo R$ 65 bilhões. Os IPOs representaram 53% do valor total distribuído ao longo da década analisada, considerando-se ofertas de até R$ 10 bilhões.
Confira o conteúdo completo do estudo em www.deloitte.com.br
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