O ritmo de crescimento dos ativos de longo prazo sob gestão no mundo deve desacelerar nos próximos anos, na comparação com o ritmo que vem sendo verificado desde 2017, de acordo com levantamento da empresa de pesquisas ISS Market Intelligence. A estimativa é de que eles registrem uma expansão anual média de 7,4% entre 2021 e 2026, bem menos que o aumento médio de 13,1% registrado no período que vai de 2017 a 2021.
Ajuda a explicar esse prognóstico, de acordo com a ISS Market Intelligence, o fato de a exuberância dos mercados, com valorizações expressivas dos ativos nos últimos anos, aparentemente estar perto de um esgotamento. Enquanto no intervalo de cinco anos encerrado em 2021 essas altas foram responsáveis por 70% do aumento do valor dos ativos de longo prazo, até 2026 o cálculo é de que essa fatia vai recuar para 60%. Em outras palavras, isso significa que mercados mais fracos terão um impacto importante sobre as carteiras de longo prazo.
Desafio para gestores
Esse novo cenário, na avaliação da ISS Market Intelligence, vai exigir um esforço maior dos gestores. “Com mercados mais fracos, uma parcela maior do crescimento no futuro tende a vir de novos aportes dos investidores. Essa realidade pode representar uma potencial oportunidade para assets que já têm uma distribuição adequada de produtos, mas igualmente pode significar uma ameaça para aquelas que têm se desdobrado para crescer organicamente”, analisa Christopher Davis, head de pesquisa de fundos da ISS Market Intelligence nos Estados Unidos.
De acordo com o levantamento, sem poder contar com mercados em constante alta, os gestores precisarão se ancorar na própria capacidade de aumentar as vendas dos produtos de investimento. O trabalho foi feito com base em projeções de retorno e volatilidade de 25 bancos, gestoras de ativos e family offices.
Situação um pouco melhor deve ser a dos ETFs, embora eles também devam apresentar um ritmo mais lento de crescimento. Essa modalidade de investimento (fundos de índices) deve corresponder a 33% do total de ativos de longo prazo em 2026, ante 25% em 2021. A ausência de cobrança de taxas para as negociações continua sendo um dos principais atrativos dos ETFs, e um desafio adicional para os gestores ativos de carteiras.
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