Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, tem um plano para deslanchar o segmento da Bolsa voltado a médias e pequenas empresas, o Bovespa Mais. Até o fim deste semestre, vai reunir membros do governo e levá–los para conhecer os mercados de acesso de Londres, Canadá, China, Austrália e Coreia. A ideia é que as experiências bem–sucedidas desses países sensibilizem o Planalto a adotar políticas que aumentem o interesse das companhias e dos investidores pelo Bovespa Mais.
Desde que foi lançado, em 2005, o segmento evoluiu pouco. Possui, até hoje, apenas duas integrantes: a Nutriplant e a Desenvix. “O Brasil tem 15 mil empresas que faturam entre R$ 100 milhões e R$ 400 milhões por ano e que poderiam se listar no segmento”, ressalta Pinto. Segundo ele, devem fazer parte da comitiva liderada pela Bolsa profissionais do Banco Central, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e dos ministérios da Fazenda, Indústria e Comércio, e Ciência e Tecnologia. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também será convidada a participar.
Lançado em 1995, o Alternative Investment Market (AIM) da Bolsa de Valores de Londres é um dos mercados de acesso mais famosos do mundo. Com cerca de mil empresas listadas, destaca–se pela concessão de estímulos tributários aos investidores. As pessoas físicas que compram ações de empresas do AIM recebem créditos que podem ser abatidos do imposto de renda a pagar. Se o governo brasileiro oferecesse incentivos parecidos, observa Pinto, poderiam surgir fundos voltados, exclusivamente, a adquirir papéis de emissoras do Bovespa Mais.
O presidente da Bolsa ressalta ainda que o segmento precisa perder o rótulo de um ambiente para pequenas empresas. “Ele pode abrigar companhias de porte maior que ainda não estejam com suas práticas de governança totalmente adequadas para entrar no Novo Mercado”, afirma. A vantagem do Bovespa Mais em relação a outros níveis de listagem da Bolsa é possuir regras mais flexíveis. Os emissores têm até sete anos para alcançar um free float de 25%, por exemplo.
Há também outra razão para Pinto acreditar que o Bovespa Mais contará, no futuro, com empresas de diversos tamanhos: “Daqui a cinco anos, ele e o Novo Mercado serão os únicos a existir”, prevê, já imaginando a extinção dos Níveis 1 e 2. Nesse cenário, o Bovespa Mais seria uma vitrine para todas as companhias que não estiverem prontas para abrir o capital no segmento mais sofisticado de governança da Bolsa.
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