O código de governança corporativa da Australian Securities Exchange (ASX) está em reforma e o tópico remuneração é um dos principais pontos abordados. Dentre as propostas formuladas, está a recomendação de se divulgar se a companhia contrata serviços de consultoria em remuneração. Se a resposta for positiva, a empresa deve dar transparência aos valores pagos e eventuais serviços adicionais prestados pelo consultor.
A preocupação com o assunto ganhou vulto na Austrália depois que a comissão de produtividade do governo apontou o uso desses consultores como um dos principais focos de conflitos de interesse na área de remuneração executiva no país. “Um consultor pode ficar conflitado quando, por exemplo, for contratado pelo CEO ou prestar outro tipo de serviço à mesma companhia”, disse o relatório governamental.

Outra preocupação da bolsa australiana diz respeito à presença feminina nos conselhos. Segundo o novo código, as companhias deverão ter políticas de diversidade e divulgar anualmente como suas metas de participação feminina estão sendo atingidas. Também deverá haver disclosure anual de detalhes sobre a proporção de mulheres no board, nas posições mais importantes e na empresa como um todo.

A proposta tem como pano de fundo uma pesquisa realizada em agosto de 2009 pelo Corporations and Markets Advisory Committee (Camac), que detectou uma queda na participação feminina média nos boards das 200 principais companhias da ASX. De 8,7% em 2006, o percentual caiu para 8,3% no ano passado. Segundo a pesquisa, a participação feminina segue, desde 2002, estagnada na casa dos 8%. O documento está aberto a comentários públicos até o dia 31 de maio.