No mercado de capitais, 2010 começou transformando sonhos em realidade — ou ao menos dando um primeiro passo para aproximá-los de algo real. A reforma na Instrução 202, gestada há pelo menos seis anos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deixou de existir apenas nas minutas e nos planos da autarquia para se tornar assunto no dia a dia das companhias abertas. Há muito desejávamos um padrão de disclosure alinhado com a prática internacional, reconhecido por destrinchar de forma clara e transparente as políticas, as análises de desempenho e as projeções de resultados. Agora o temos.
Há algum tempo falamos também de levar o mundo das finanças para os bancos escolares, ensinando os cidadãos-alunos como lidar com o dinheiro, o consumo e a poupança. Pois finalmente a ideia vai ser testada. Iniciadas no fim de 2007, conversas conduzidas por autoridades resultaram no Projeto de Educação Financeira nas Escolas, programado para começar em abril sob a coordenação do governo federal e de instituições privadas. Ainda na seara dos investimentos pessoais, 2010 inicia a esperada “suitability” — método de reconhecimento da tolerância a risco do poupador antes da venda de um produto financeiro. Desde o começo do ano, questionários são aplicados pelos bancos de varejo com o intuito de evitar que um investidor conservador tome mais risco do que pode suportar.
E por falar em concretizações de projetos antigos, vale destacar a esperada migração dos recursos depositados nos confortáveis títulos públicos para ativos de maior risco. A atual taxa de juros Selic sacode até os gestores de fundos de previdência de estados e municípios, que agora correm atrás de produtos mais apimentados.
Outra parte boa dessas histórias é que, para cada plano concretizado, surgem oportunidades de prestar serviço. Cabe aos mais rápidos e espertos, portanto, saber aproveitá-las. O interesse das fundações do setor público por produtos mais sofisticados abre espaço para a atuação de gestores independentes especializados em manejá-los.
A suitability protege o investidor, mas também oferece uma inusitada chance aos bancos de descobrir quem quer correr mais risco e oferecer o produto certo, provavelmente um tanto mais caro. O projeto de educação financeira, ainda muito incipiente, revela a carência de profissionais especializados nessa área do ensino. E a correria das companhias para solucionar as dúvidas sobre a Instrução 480 vem fazendo os ponteiros dos reloginhos que calculam as horas dos advogados girar muitas vezes ao dia.
Sobre a tonelada de interrogações trazida pela 480, confira a edição especial destacável que trazemos este mês — a nossa modesta contribuição para dirimi-las.
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